quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Praça Paris 2017

Por Pachá

Os conflitos propostos na trama do filme de Lucia Murat está além da empatia, como a log line sugere, mas também do terror proporcionado pelo violência urbana. A pesquisadora portuguesa, em psicologia aplicada, Camila (Joana de Verona) está pesquisando a violência no Brasil, que envolve sessões com a população de comunidades assoladas pela violência, e tem como paciente Glória (Grace Passô) irmã de um temido traficante que está preso, mas ainda sim comanda os seus soldados do trafico. 

A relação médico-paciente é só uma brecha para o roteiro explorar o terror que se segue a partir, do europocentrismo, racismo escancarando a desigualdade social brasileira, de um lado, uma pesquisadora branca, rica, bonitinha e gringa, no outro, negra, pobre e favelada que nunca teve um namorado, e neste cenário é urgente a pergunta, e o lugar de fala, a empatia, alteridade?

O forte do filme reside na atuação de Grace Passô, em papel muito semelhante ao de Temporada 2018, de André Novais. A atuação de Joana é correta quando em cena com Glória, mas pouco convincente nas cenas solo quando tentar expressar angustia da personagem. 

A fotografia de Guillermo Neto, ceio que argentino, é correta, mas com ângulos e movimentos pouco ousados, preferindo uma composição óbvia, salvo em poucas cenas, como as do elevador por exemplo.Os tons e contrastes do color grading tem o esforço de trazer o cenário cru, caótico da comunidade e convence.




Nenhum comentário:

Postar um comentário