quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

El Club 2015


Por Pachá

As depravações da igreja católica há tempos deixou de ser segredo, a enxurrada de denuncias de abusos e pedofilia cometidos pelo corpo sacerdotal há tempos também ganham as telas do cinema.

"um centro de oração e penitência" ou "uma cadeia", para os que lá vivem? E onde fica a justiça (Divina ou dos Homens)?

A genialidade de El Club reside em um roteiro enxuto, com premissa primeira de que os padres são culpados, e como se dá a convivência com essa culpa, ancorado em atuações impecáveis, não há um só personagem que não seja repleto de conflitos e segredos. Padre Vidal (Alfredo Castro), com seu apego aos cães e seu desejo latente pela libido masculina. Sandokan (Roberto Farías) como adulto destroçado pelo amor não correspondido de um padre, quando menino, agora vaga em busca dessa paixão. Irmã Mónica (Antonia Zegers) em sua loucura amparada pela fé e cuidados ao próximo. Padre Afonso (Marcelo Alonso) o "inquisidor".

A cena inicial, quando Sandokan despeja sua visão de "amor' na porta da casa onde residem os padres, é de uma grandiosidade que por si só já vale o filme, que possui ritmo muito bem trabalhado entre o silêncio e o diálogo. A fotografia é agraciada com a belíssima paisagem de balneário na costa chilena. 

El Club é um filme duro, brutal até, com planos claustrofóbico e opressivos aliados pelos diálogos desconfortáveis dos padres na expiação de seus pecados e confronto com seus passados.

Foi selecionado para representar o Chile no Oscar de melhor filme estrangeiro, mas não foi indicado. Pablo Laarraín é sem dúvida um dos grandes nome do cinema chileno.





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