quarta-feira, 30 de setembro de 2020

The Wave

Por Pachá

Uma comédia dramática cuja mensagem é a redenção. Frank (Justin Long) é um advogado atuando na área de apólices de seguros de vida e imobiliário. Com uma vida conjugal estagnada, ele anseia por aventuras que o faça se sentir vivo. Em uma noite ele sai com seu amigo Jeff (Donald Faison) para uma comemoração por ter feito o grande lance que vai alavancar a sua carreira no escritório de advocacia em que trabalha.

A fórmula é bem manjada, assim como é sabido que existe inúmeras maneiras de se contar a mesma história, e nisso Gille Klabin parece ter plena consciência e segurança em conduzir sua trama com uma estrutura narrativa caótica não linear uma vez que há todo um embate entre a realidade percebida e a vivida pelo protagonista, que de bate pronto já nos diz que a realidade é uma escolha. 

Justin Long era um desses atores promessas que surgiu no inicio dos anos 2000, mas que não vingou, e ainda que sofra criticas de não ter conseguido confirmar o potencial mostrado quando adolescente, e sua atuação ficou restrita a filmes independentes, mas eu gosto de suas atuações, ele consegue incorporar personagens tímidos, o vencedor adormecido, o bom moço prestes a colapsar. E assim é Frank que não consegue nem ao menos uma trégua em sua vida conjugal, ele está sempre a mercê do outro, um vencedor forjado na insegurança que sabe o que é certo mas acredita que o fim justifica os meios, uma dicotomia que se reflete em todas as suas ações e falas. A cena em que ele explica o que faz para Thereza (Sheila Vanda, a vampira de  A Girl Walks Home Alone at Night ) deixa claro que o sujeito é fruto de opniões e escolhas conflituosas. 


O roteiro estabelece a trajetória do herói cujo o chamado para aventura começa quando ele decide aceitar o convite do amigo para celebrar, no qual o ponto de virada se dá quando ele decide experimentar uma droga misteriosa. Na cena inicial ele conta que ainda na faculdade participou como voluntário de uma droga para amenizar a morte em caso de doenças terminais, uma droga para tornar a morte indolor por meio de alucinações controladas em reações químicas do cérebro.

The wave tem aquela atmosfera de sessão da tarde, e até lembra as comédias dramáticas dessa época, ou seja, é um filme pipoca bem montado, bem estruturado e com uma trama interessante a medida em que ficamos, assim como Frank, ávidos em querer saber o que aconteceu, claro, que há o fator previsibilidade para quem está acostumado com filmes com o mesmo enredo, cujo o desfecho é fácil de antecipar, mas que ainda sim é compensado pela processo de percorrer todos os eventos da trama.




Nenhum comentário:

Postar um comentário