Por Pachá
Insider trading é o termo designado para os espiões financeiros, industrial ou qualquer informação privilegiadas no mundo corporativo e mercado financeiro. Braço Direito tem na rotina de Anselmo (Denis Darkan) uma estrutura narrativa que fica muito aquém do que a sinopse do filme entrega, que é a tal espionagem e falcatruas de empresas e governos por meio de informações que garantam vantagens para benefícios próprios, deixando a percepção de que se trata mais sobre uma história de milicianos e grupo de extermínio do que o submundo das empresas e governos.
A montagem do filme que tenta criar mistério e clima tenso, acaba por conferir uma linguagem de vídeo clipe, fragmentando a trajetória de Anselmo, conectando imagens que pouco dizem ou explica as cenas em curso. A primeira metade do filme é um quebra cabeça com cenas e cronologia que pouco explica o conflito de Anselmo e a segunda metade fica a decepação pois ainda que não falte peças, a imagem final deixa a percepção de que o resultado é pobre.
A fotografia de Flávia Zundt é bela, explorando os cenários, que são sensacionais, com ângulos e movimentação que traz até certa elegância para trama, embora a montagem se utilize em excesso de planos gerais e uma linguagem publicitária, principalmente quando está em cena o automóvel mercedez benz, lembra muito esses b-rolls de comercias. Os diálogos são bem construídos, mas que não sustenta uma trama frágil, com personagens poucos explorados, caso ainda mais específico da personagem Luara (Giovana Santos) pivô dos acontecimento que tentam explicar as intenções e motivos de Anselmo que o roteiro falha em coloca-lo como uma especie de anti-herói e com pouco ou nenhum lastro de humanização. As cenas em que há essa tentativa, conversa com a esposa por exemplo, é pouco trabalhada, tentando resolver tudo em um parco diálogo imerso em grandes pausas de silêncios.
As atuações contam com atores experientes, como Luiz Guilherme, Lourinelson Vladimir e próprio Darkan que entregam algumas boas cenas, mas nada que salve um roteiro raso e frágil em conflitos.
Em minha percepção toda e qualquer incursão do cinema brasileiro em criar, fomentar um cinema de gênero, policial e terror para além do cinema de cine clubes e festivais dos gêneros, é louvável, e nesse ponto Braço Direito é muito bem vindo. Outro ponto é que o filme, como explicado logo no início, não conta com subsídio do governo ou leis de incentivo, e que foi gasto 250 mil o que de certa forma sinaliza a possibilidade de fazer cinema sem editais ou coisa que o valha, mas isso é um discursão por demais complexa.
Como todo e qualquer filme nacional que explore os gêneros citados, policial e terror, creio que merecem ser vistos, e Braço Direito merece toda e qualquer audiência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário