Por Pachá
A idéia de viagem no tempo é tão atraente que sempre rende boas histórias, mesmo quando a execução não é lá muito criativa. Loop de Brindell tem fotografia bem construída, mas a veracidade escorrega e decepciona no design de produção em criar uma atmosfera de ficção. A maneira com que o fisico teórico Daniel (Bruno Gagliasso) realiza o salto temporal, não é nada criativo, muito menos crível, e não se trata de ter parafernálias como em o homem do futuro por exemplo, mas ao menos algo que não dê a aparência de "fundo de quintal" escancarando de forma contundente a falta de recursos financeiros.
O roteiro se ampara no clichê de voltar no tempo para salvar a amada, e nesse ponto surpreende no encadeamento dos eventos, pois utiliza o paradoxo de rescrever o futuro a cada tentativa de mudar o passado, criando uma história com um suspense agradável.
As atuações são o ponto fraco, Gagliasso como nerd não convence na maioria das cenas, e o mesmo se dá com seu "eu" do futuro. O restante do elenco segue na mesma entrega, com diálogos preguiçosos e expressões vazias, mas que é relevado, pois o público em geral, e creio ser esse o alvo, tem uma história com suspense empolgante, e de fato, no âmbito geral é essa a sensação ao final do filme, um história atraente.
Um outro ponto é que o cinema nacional está cada vez mais abraçando outros gêneros, e sci-fi não é algo fácil de se fazer, ainda mais em um país no qual o gênero não é nada explorado, e isso por si só já é um ponto a favor de Loop.
Loop é uma diversão que preenche bem as expectativas, desde que se abdique de d veracidade interna da obra.
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