O filme continua sem classificação definitiva. Enquanto isso na Internet A Serbian Film está na lista dos mais baixados e procurados. Assisti ao filme esses dias, devidamente baixado em qualidade B-Ray. E a percepção é de muito barulho por nada. Tem cenas forte? Sim, mas nada que outros filmes já não tenha mostrados. Saló de Passolini, Calígula de Tino Bras são alguns exemplos. Esse papo de que o filme faz apologia a pedofilia, necrofilia é completamente equivocada. Quem abraça essa opinião certamente não assistiu ao filme.
O filme dirigido por Srdjan Spasojevic, é correto tecnicamente, fotografia, iluminação. Planos sem exageros ou mesmo tentativas de criar o novo, até porque esse é o primeiro longa de Srdjan Spasojevic, mas que é possível perceber certa maturidade do diretor. Como o próprio titulo diz esse é um filme sérvio, só para lembrar, Sérvia e Bósnia se envolveram num dos mais intenso e sangrento conflito pós II Guerra. A Bósnia muçulmana foi massacrada pelos croatas católicos e pelos sérvios cristãos ortodoxo. Em certa parte do filme há uma linha que deixa claro as marcas que esse conflito deixou para a ex-Iuguslavia... "Todos nós somos vitimas, quem fode e quem fodido. Todos somos vitimas nesse pais". Apelando para sublimidade da ética de Burke na interpretação de Alain Badiou o ser humano sofredor vale tão pouco quanto o torturador.
Milos (Srdjan Todorovic ator de alguns filmes de Kusturica) é um ator pornô, uma éspecie de John Holmes, que tenta levar uma vida convencional, mulher, filho e manter as contas em dia. Sua antiga perceira de filmes surge com uma proposta de trabalho com ganhos extraordinário. O produtor é um certo Vulkmir (Sergej Trufunovic) que acredita que o porno é uma arte e está disposto a realizar um filme que dará ao gênero o status que merece.
Não há roteiro, tudo é viceral, natural, radical. Milos aceita o trabalho, mesmo sem saber o que está filmando. E ai começa a escalada do terror sem limites. As cenas que criam o mal estar a ponto de proibir o filme é desprovida de qualquer apologia, incentivo. Tudo acontece numa epifania de loucura e excentricidade a partir do sexo. Há metáfora politica, pois o estupro foi arma de guerra no conflito entre servios e bósnios mulçumanos. Em minha percepção é importante, relevante até conhecer os fatores externo, no caso histórico para abordar o filme de Srdjan. caso contrário podemos incorrer no julgamento de que o filme é imoral, e faz apologia aos desvios abordados.
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