O novo filme de Woody Allen To Rome with Love é de mediano para ruim. É um Allen cansado, em enredo insosso, minha percepção é que a as quatro historias propostas pelo roteiro poderiam ser rodadas em qualquer lugar, o que leva a certo desperdício de locação e pouca veracidade interna. Na primeira cena é possível perceber que há pouca atenção aos detalhes, quando é feito um plano aberto de uma das tantas praças famosas de Roma que tanto se vê em filmes rodados na Itália e, portanto obvias. Mas há o argumento de que em meia noite em Paris se fez o mesmo, e a resposta sem medo de errar é que Meia Noite em Paris só funciona em Paris, por mais obvias que sejam as cenas em pontos turísticos. Em Para Roma com Amor falta algo que ligue de forma contundente as historias e o lugar tal qual foi feito em meia Noite em Paris e não é preciso chegar ao fim do filme para concluir que... Roma com Amor é uma caricatura do próprio Allen o que de certo ponto é um mérito para o filme que guarda em sua estrutura básica a assinatura de Allen que são historias de encontro e desencontros no difícil balanceamento do oficio de viver e sobreviver, ter e não ter, viver ou simplesmente se deixar viver, de experiências vividas ou sonhadas, contentamentos e descontentamentos com luminoso humor.
As quatros histórias são baseadas em contos De Cameron de Boccacio publicados no séc. XV.As atuações são outro ponto fraco e pouco convincente do filme, embora haja certa equidade na importância de papeis, os mesmo estão longe de criar uma trama mais eloqüente de ligação com o publico, dando outro sinal de descuido de direção. Mônica (Ellen Page) como femme fatale é um dos muitos equívocos da trama, Alec Baldwin está mero cumpridor de falas como conselheiro de Eisenberg que está prestes a entrar em triangulo amoroso quando pinta no pedaço, Mônica, amiga de sua namorada. Em outra historia temos o casal do interior Antônio (Alessandro Tiberi) e Milly (Alessandra Mastronardi) em triangulo com Ana (Penélope Cruz) uma garota de programa que se envolve com o casal por acidente. Numa outra historia o Italiano que se apaixona pela turista americana, mais clichê impossível. E por fim e igualmente insosso temos a historia de um pacto, previsível e humilde homem de família que é tomado como celebridade, em uma critica, provavelmente, ao pobre sistema de televisão aberto italiano repleto de programas sensacionalista e populista de qualidade duvidosa.
Mas falar sobre o cinema de Woody Allen é ter em mente que em parte o sujeito, Allen, pode se dar ao luxo de ser descuidado até displicente, são por volta de setenta filmes, é de se esperar que uma filmografia tão vasta tenha altos e baixos. Mas não é muito lembrar, na maioria das vezes o filme ruim de Allen ainda vale mais do que a maioria de muitos filmes do gênero em cartaz.
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