quinta-feira, 5 de maio de 2022

X


Por Pachá

Uma equipe de cinema independente aluga uma fazenda no Texas para realizar um "dirty movie", As Filhas do Fazendeiro. Os proprietários, Howard (Stephen Ure) e Pearl (Mia Goth)  um casal de idosos, não fazem ideia do que o grupo está realizando, mas vai ao encontro dos desejos reprimidos de Pearl.

Ti West mostra que é possível desenvolver um bom filme de terror com referências aos clássicos dos anos 70/80, e o mais notório de todos sem dúvida é "Texas Chainsaw Massacre" de 1974, sem necessariamente seguir a mesma linha de eventos deste. E vale lembrar que West escreveu, produziu, dirigiu e montou X, e isso mostra a liberdade que A24 dá aos seus produtores e diretores.

Uma equipe de filmagem, na qual a estrela Maxine (Mia Goth) em papel duplo, ela também faz a idosa Pearl. Maxine acredita que merece o melhor que a vida pode reservar pra ela. Em seus devaneios megalômanos a base de cocaína, ela acredita que o filme produzido pelo seu namorado, Wayne (Martin Handerson) pode transformá-la em uma estrela famosa. O mesmo pensa o câmera RJ (Owen Campbell) ao acreditar que pode fazer cinema arte a partir de algo "ruim". Lorraine (Jenna Ortega) namorada de RJ não compartilha da visão de Rj, e não está confortável com o que estão prestes a realizar. Bobby-Lynne (Brittany Snow) encara como mais um trabalho que possibilitara pagar as contas. Jackson (Kid Cudi) um veterano do Vietnã vê nesse projeto uma oportunidade de carreira no segmento de filmes adultos.


O primeiro e o segundo ato, são muito bem desenvolvidos na apresentação de personagens e na ambientação dos conflitos, e nesse ponto o roteiro e direção pontua de forma muito eficaz a diferença entre X e os filmes do gênero, quando deixa claro que seus personagens não são idiotas, puritanos, românticos ou movidos por instintos sexuais reprimidos, ao contrário eles sabem dos riscos, e se e quando escapam deles é por pura sorte, e a cena do banho de lago deixa claro essa idéia.

As atuações são eficientes, Brittany Snow está muito bem, com ótimas falas e desenvoltura nas cenas eróticas. Mia Goth é a grande presença, com expressão corporal e facial que transmite certo contraste entre o angelical e diabólico, e nesse ponto é fácil fazer a justaposição entre as personagens Maxine e Pearl. Os demais personagens mostra entrosamento e alinhamento com proposta do roteiro, ou seja, fornecer lastro para um narrativa que se distancie dos filmes aos quais X faz referência.

De acordo com o diretor, em entrevista, foi gravado um filme secreto durante as gravações de X, no qual explora o passado de Pearl. É esperar e ver se West vai conseguir manter o mesmo padrão.


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