O livro esgoto escrito por Lobato Dumond chegou a mim através do amigo Flávio. Com narrativa sem meandros, Lobato percorre o submundo da classe média carioca, com o hedonismo que lhe é peculiar, com o esvaziamento de qualquer postura ideológica a cerca de tudo, restando apenas viver o modismo de uma realidade esmagadora.
O personagem principal João me pareceu ambíguo. Artista plástico, pintor vive em noitadas o que lhe sobra pouco tempo para se dedicar as pinturas. Lobato aborda a marginalização, banalização ou como diz, “O sentido estar em não ter sentido algum” como algo poético, cool. Seus amigos são na grande maioria perdedores, mas João parece estar acima disso tudo, e alimenta sonhos pueris de futuro prospero. Dinheiro para não se preocupar com esmagadora realidade, uma mulher gostosa e todas essas mesquinharias do sujeito vencedor, não importa os meios. E como disse Fred 04, “não importa de onde vem a grana você tem que ter o bolso cheio”
No âmbito geral o livro tem reflexões rasas na tentativa de compensar a marginalização." sou fudido, mas não me vendo ao sistema, vivo da minha paixão". Mas que no fundo não passa de certa lassidão com suas escolhas. Justificativas que não explicam a falta de objetividade.
O lance da consciência barata é bem bacana assim como as referências cinematográficas. Creio ser esse o primeiro livro de Lobato pois encontrei poucas referencias na rede a seu respeito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário