quinta-feira, 28 de maio de 2015

Cat People - A marca da Pantera 1982


Por Pachá
Nos anos 80 Paul Schrader já gozava de renomado sucesso como roteirista, Taxi Driver 1976, Raging Bull 1980, só para citar alguns roteiros do cara. Em 1980 ele também ganha notoriedade como diretor ao dirigir American Gigolo. E dois anos depois dirigi Cat People um thriler de suspense e erotismo escrito por Alan Ormsby que se baseou no longa de 1944 The curse of the Cat People de Dewitt Bodeen. 

A trama é bem pueril, mas com cenas gore, o trecho em que a pantera dilacera o braço do sujeito é de dar inveja a Tarantino, um verdadeiro banho de sangue. Irena Gallier (Nastassja Kinski) chega a cidade de New Orleans para conhecer seu irmão Paul (Malcon McDowell), que logo descobrimos, foram separados quando crianças. Há certo mistério entre os dois que Paul tenta sem rodeios aborda-lo com Irena. Nesse desenrolar, percebemos certas falhas do roteiro, que poderia trabalhar melhor esse suspense em que estão envolvidos os dois jovens. Eles na verdade são remanescentes de uma linhagem de seres que se transformam em panteras ao fazer sexo com seres diferentes de sua espécie. Paul na ânsia de se livrar da maldição, parte para contatos carnais com Irena, sem saber que ela ainda é virgem e portanto alheia ao fato de que pode assassinar seus namorados durante ato sexual. 

O sexo, antes do prazer é uma necessidade animal, instintiva do ser humano assim como a fome e a sede. São ecos de nossas origens mais antigas onde éramos guiados para, nascer, crescer e perpetuar espécie como é o ciclo de todo mamífero. Schrader se apega nesse fato antropológico e biológico para conduzir a trama, mas com alguns deslizes de tempo narrativo, que acabam por confudir o telespectador, principalmente na relação e interação dos protagonistas, Paul e Irena. Analisando de forma simplista é um filme zoormorfico onde o lobisomem é trocado pela pantera, o que dá certo charme ao terror que pretende o filme.

Aos 21 anos Nastassja Kinski esbanjava jovialidade, erotismo, beleza e castidade. A maioria de seus papeis na década de 80 estão imersos nessa áurea. Maria's Love de 1984, One from the Heart de 1981 só para citar alguns que já comentei no blog. Em Cat People ela mantém esse ar de pudor e ao mesmo tempo de erotismo prestes a desabrochar. Suas atuações nunca passam despercebidas, bem, pelo menos não para mim. Os demais personagens são coadjuvantes, McDoweel no papel do desesperado e insano Paul esta a altura do personagem, não acrescenta nem fere os conflitos que os move. John Heard como gerente do zoológico que se apaixona por Irena também é bom cumpridor de falas. 

No que toca a parte técnica, a fotografia de John Bailey tem a marca dos anos oitenta com temperatura de cores bem definidas assim como contraste das cores primárias, com certo desbotamento, mas com esmero na iluminação. Conferindo a ficha do sujeito no IMDB vê-se que é figurinha fácil nos filmes oitentista. Outro ponto alto que não passa batido, é a trilha de David Bowie, Putting out Fire.

Cat People é um filme curioso e interessante, que vale ser revisto. Me recordo que quando o assisti pela primeira vez, fiquei bem impressionado pela beleza de Nastassja e a maldição da pantera. E as panteras são animais interessantes.









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