Por Pachá
Mais um filme da parceria Brant-Aquino. Embora correto tecnicamente, com cuidadoso trabalho de fotografia, movimento de câmera, eu receberia...é apenas um bom filme, ainda que na minha opinião o mais fraco filme de Brant que até então, ainda em minha percepção, era crimes delicados. Cauby (Gustavo Machado) é um fotografo no estado do Pará, com estilo de vida bon vivant, esse fato logo salta ao olhos, dado que o personagem parece descolado do espaço geográfico onde está inserido, pobreza, injustiça. A principio somos levado a crer que Cauby é um forasteiro, mas logo descobrimos que ele é da terra.
Cauby mantém tórrido romance com Lavinia (Camila Pitanga) que é esposa do pastor Ernani (Zecarlos Machado). Entre protestos dos locais, principalmente indígenas contra avanço das madeireiras, fato pouco explorado, Cauby vai levando sua vida de fotografo e pegador de mulheres casadas tendo como cúmplice o jornalista de fofocas Viktor (Gero Camilo) cuja coluna disseca a vida privada do ilustres moradores do Pará. O triangulo amoroso que se desenvolve entre os "três" forasteiros, Ernani um pastor de metrópole com a missão de levar a palavra de Deus aos moradores ribeirinhos e alerta-los para os perigos da devastação do meio ambiente, sua esposa Lavinia cujo sentimento pelo marido está alicerçado em gratidão, mais do que amor, pois Ernani a resgatou da prostituição e drogas e Cauby que terá vida profundamente transformada por relação com Lavinia.
Na interrelação do trio amoroso reinou certos buracos do roteiro, onde há carência de coesão e continuidade. As mortes do jornalista e pastor são tão abruptas e sem precedentes, que da impressão de que queriam finalizar o filme a qualquer custo. Mas os mesmos personagens, deslocados e perdidos, cria interessante contraponto de historia mas pela capacidade cênica que roteiro, acabam por dar boa dinâmica a trama. Muito embora o personagem de Camila esteja acima de suas qualidades cênicas, mas rende boas passagens e veracidade dentro do possível.
Independente de quaisquer criticas, continuo assíduo fã de Beto Brant em minha opinião, um dos melhores diretores brasileiros. E portanto sempre atento aos seus trabalhos.
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