segunda-feira, 18 de março de 2013

Killer Joe

Por Pachá
Friedkin está no hall dos diretores talentosos de sua geração, a mesma de Peckinpah, Scorsese, Coppola, De Palma etc... na década de 70 emplacou dois importantes filmes, French Connection e Exorcista, respectivamente 71 e 73. Na década de 80 Cruising (parceiros da noite) e Live and let die in LA garantiu sua condição de diretor engajado com cinema para adultos, critica que ele não esconde ao falar do atual panorama de Hollywood com cinema para criança, nas palavras de Friedkin. E mesmo seus fracasso mais retumbantes como Jade está impregnado dessa visão sem filtros da natureza humana, da maldade como atributos para sobrevivência. Certamente Tarantino concorda com o mestre 

Killer Joe é assim, cru, perverso, doentio e extremamente humano. Não há nos quase 120 minutos qualquer alivio, ou mesmo justificativa para suplantar a natureza dos personagens. Chris Smith (Emile Hirsch de into the wild) é um “gênio” cuja criatividade está apontada para vilania, e não há na concepção do personagem qualquer intenção de mostrar que há escolha, opções que justifique seus “arquitetados” atos de vilania, que no fundo não passa de perdedor que faz péssimas opostas e portanto paga altos preços pela sua inépcia. Seu pai, Ansel Smith (Thomas Haden Church) é o bobo da corte, mesmo quando ameaça tomar posto de macho alfa, não passa de um dominado, manipulado pela segunda esposa Sharla (Gina Gershon) e tiranizado pelo filho. Mesmo a inocente irmã de Chris, Dottie Smith (Juno Temple) não escapa a natureza abjeta dos Smiths, alias uma família típica representante do depreciativo rotulo white trash, como são designados certas famílias sulistas que moram em trailers ou regiões miseráveis do sul dos Estados Unidos. O roteiro de Tracy Letts é enxuto com diálogos precisos e envolventes. Embora com sotaque próprio da região em que a trama é situada, não isenta o telespectador de experimentar violência que para Friedkin é universal, não carece nem de meias palavras.


Chris em jogada audaciosa planeja junto com pai assassinar a própria mãe (biologica) e ganhar seguro de vida. Para isso contrata o matador profissional Killer Joe (Matthew McConaughey), que também atende por Joe Cooper um policial texanos cujos métodos de trabalho não são nada ortodoxos. Percebendo que plano de Chris contém riscos, de não receber pelos serviços prestados, Joe propõe como ação mitigadora, posse da inocência da jovial Dottie. Chris afogado por dividas de jogo e desprovidos de qualquer escrúpulo, aceita entregar irmã como garantia do contrato. Seu pai igualmente sem senso de discernimento acata decisão e sela o destino de Dottie. Sharla (a sempre sexy Gina Gershon) tem outros planos e faz suas próprias apostas as escondidas da família Smiths. Nessa trama bem ao estilo noir, o roteiro amarra com elegância a armadilha em que se mete a família Smith, vitima da própria ganancia. O que se segue é, os maus apanhando dos piores.

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