sábado, 9 de novembro de 2013

Capitão Phillips

Por Pachá
O filme biográfico de Greengrass baseado no livro de Richard Phillips que descreve  sequestro do navio cargueiro Maersk Alabama por piratas somalis, no qual ele era comandante, tem seqüências bem interessantes, muito embora já saibamos como tudo termina. A abertura do longa é bem sugestiva, no qual Phillips (Tom Hanks) enquanto se prepara para mais um trabalho na marinha mercante, conversa com sua esposa (Catherine Keener) nos dando a visão do homem comum, com esposa, filhos e as preocupação inerentes da manutenção de uma família.

O serviço embora simples, contém riscos conhecidos e muitas vezes mitigados pelas seguradoras de transporte de cargas marítimas, apenas evitando rotas nas quais os piratas atuam. Acontece que o Maesrk Alabama de bandeira americana está carregado com agua e alimentos para as populações pobres da costa africana, inclusive a Somália. E baseado nesse conhecimento e o precedimento padrão para tais situações é que o comandante Phillips se agarra para afugentar os piratas. 

Na outra ponta da historia está a população somali, mas precisamente uma pequena tribo de pescadores assombrados pela fome e por grande traficantes de mercadorias roubadas dos cargueiros. Muse (Barkhad Abdi) é um dos experiente piratas a serviço desses traficantes. Embora obvio em contrapor o cotidiano de Phillips com de Muse no qual ambos se preparam para ir pro mar ganhar a vida, esse fato vai amplificar o duelo entre os dois capitães, no qual um luta, ainda que forma ilegal, pela sobrevivência e outro para retornar a família. Os diálogos por vezes carregado de proposital anacronismo, como a passagem em que Phillips diz a Muse que há outras maneiras de se ganha a vida, a qual este responde. "Não na Somália irlandês"…

Numa ação da tripulação que consegue desarmar o líder dos piratas, Muse. Este é usado como garantia que os piraras deixem o barco. Mas ao sair os piratas conseguem levar Phillips na baleeira. O plano de Muse é simples, pedir resgate pelo irlandês assim que chegarem a costa da Somália. A marinha anti-pirataria dos Estados Unidos é acionada, juntamente com os S.E.A.Ls (Sea, Air and Land forces) a força de elite da marinha para ações de mar, ar e terra. Estes tem a missão de não deixar a baleeira chegar a águas somalianas. A parti dai mesmo para quem não tenha lido nada a respeito do filme, se dá conta da previsibilidade dos desfechos finais. A ação dos SEALs é cirúrgica. E ao final temos as mais sutis, porém emblemáticas cenas do filme, quando os SEALs deixam a área de trabalho após abater três indivíduos que ameaçavam o mundo livre. Eles simplesmente deixam a cena com a mais perfeita sensação de dever cumprido. Mais um dia ganho honestamente… mas isso é apenas minha divagação, pois isso muito me chamou atenção. E por mais triste ou mesmo odiosa que possa parecer tal cena, ficou bem captada. 

As longas tomadas com câmera na mão, me pareceu exageradas, nunca me incomodou até agora. A fotografia não chama muita atenção, mas é correta e funcional, captando os momentos de tensão. Tom Hanks em papel característico, do homem comum como ele mesmo se intitula, que lê jornais, revistas, discute futuro dos filhos com a esposa. Tem desempenho que lhe cabe, nada que não se tenha visto em o naufrago, Terminal. Mas no campo das atuações vale ressaltar o grupo de atores somalianos com quase ou nenhuma experiência em atuação. Dentre elas está de Barkhad Abdi como Muse, que em nenhum momento deixa de estar a altura de Hanks com quem trava interessante duelo.

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