sábado, 15 de março de 2014

We are What We are

Por Pachá
Jim Mickley que já havia dirigido o ótimo Anoitecer Violento (Stake Land) derrapa com Somos o que somos (We are what we are). O filme que tem a pretensão de ser mais tenso, com dramas mais elaborado suscitando discussões mais elevadas acerca dos desígnio religioso e suas interpretações, peca justamente por essa pretensão que quando comparado com Stake Land, mais pueril, e pretensão de ser apenas um filme de zumbi-vapiro sem maiores dramas ou diálogos elevados a cerca da condição humana.

A introspectiva e reservada família Parker, cujo patriarca Franck Parker tenta a todo custo, ainda que de forma estranha, manter a família unida por sombrias tradições, tem nos sucessivos temporais que assola a pequena cidade Delawere, motivos para se sentir ameaçado. Com as fortes chuvas alguns segredos acabam por vir a tona, e numa investigação corriqueira suspeitas caem sobre a reservada família.

O filme abre com cena de mulher desesperada, sofrendo de algo ou por algo a caminho de uma mercearia. E logo nos primeiros minutos é possível notar o cuidado com a fotografia, que muito embora ótima, não cria o clima de suspense ou mesmo terror denso a qual aspira. A mulher morre de forma estúpida cai bate a cabeça em encanação e vai direto pra poça na qual morre afogada.
A imersão na família Parker cujos remanescentes; duas adolescentes, um menino sempre aos olhos atentos do pai é tortuosa, aos poucos e de forma não muito bem estruturada do roteiro, vamos tomando conhecimento de seus hábitos até culminar na sinistra tradição dessa família, que é baseada segundo as interpretações bíblicas de Franck Parker (Bill Sage), na pureza do canibalismo, o dia do cordeiro. As interpretações, a salvo de Bill Sage que destoa  das demais, não interfere, mas também não cria maiores fios dramáticos,  ou mesmo susto.  As meninas, Iris (Ambyr Childers) e Rose (Julia Garner) cumpre as falas sem maiores elevações dos personagens, mesmo com a nítida intenção de criar dialogo moral sobre certo e errado entre essas duas personagens. Há também de se mencionar a participação da musa dos anos oitenta, Kelly McGillis que também está em Stake Land.

O filme de Mickley analisado de forma separada, é um bom filme mas quando visto no todo, é uma obra fraca, carente do que mais lhe é preciso, o suspense o terror, o fantástico  O final é surpreendente, mais pelo inusitado do que pelo conjunto, dado que cena é descolada do restante do filme, mas executado com esmero no que toca a filmes do gênero. 

We are… é refilmagem do filme mexicano Somos lo que Hay de 2010. Vamos torcer para Mickley acerte a mão no proximo, pois apesar dos tropeços o cara sabe o que faz e mesmo nos desacertos é possível notar a bagagem de referencias cinematográficas do sujeito.

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