A tese do autor parte de uma pergunta simples, porém
inquietante dado complexidade da resposta. Um amigo da Nova Guiné faz a
seguinte pergunta, não necessariamente com as palavras a seguir; Porque os
brancos produzem tantos produtos (cargos) e nós, (Nova Guiné) produzimos tão
pouco cargo? Diamond esta ciente da falta de argumentos síntese na resposta, e
mais ainda por saber que tal síntese é impossível quando nos debruçamos na
trajetória evolutiva do ser humano até dias vindouros; Como alguns países se
desenvolveram mais que outros? Como é possível que algumas regiões do planeta
ainda vivam como seus antepassados, com técnicas primitivas de cultivar a terra
e de se organizar em sociedade? Como regiões que notadamente apresentavam
condições de desenvolvimento; China, Crescente Fértil, África não despontaram
como potencias, já que detinham meios para desbravar oceanos e empreender
exploração tal qual os Europeus fizeram?
Diamond sustenta que há 11 000 a.c todos os habitantes
do planeta estavam em pé de igualdade, ou seja, eram caçadores-coletores e
nômades. E a partir do momento em que o homem se finca a terra, no processo de sedentariedade, é que alguns fatores vão ser determinantes, segundo Diamond, no
desenvolvimento de um povo em relação a outro uma vez que adquirido
dianteira no domínio das armas, germes e aço esse povo vai avançar como
sociedade, subjugando, aniquilando ou anexando outros povos. E partindo da
premissa de que o desenvolvimento bélico envolve cérebros desenvolvido e para
desenvolver intelecto é preciso boa alimentação, e para esta, condições
geográficas no mínimo favoráveis, fauna e flora domesticada, sistema de
organização social que permita acumulação de alimentos num ciclo virtuoso até
culminar no desenvolvimento de escrita que permita anseios de invenções para
domar a natureza a favor do homem, que lhe dê superioridade tecnológica que
possa garantir aumento populacional sustentável, e neste ultimo entra
imunidades a germes provenientes da domesticações de animais e plantas que num
primeiro estagio, de forma inconscientes, será responsável por dizimar e também
adaptar e num segundo como arma de dominação, como foi o caso da colonização do
oeste americano quando o exército “ doava” para os índios cobertores usados por
pacientes vitimas da varíola. Ou mesmo na chegada dos espanhóis ao mundo novo,
no qual autor defende que os germes foram muito mais letal que aço e pólvora, o
cavalo dado a inferioridade numérica dos espanhóis frente aos Incas, no caso de
Francisco Pizarro e Astecas para Hernan Cortés.
A estrutura analítica de Diamond lembra em muito a
obra máxima de Braudel, O mediterrâneo e o mar mediterrâneo no tempo de Felipe
II, onde há uma intenção de Historia total (umas das criticas a obra de Braudel
por não ter alcançado tal feito) começando com a Historia quase estática,
geo-história que é o homem e sua relação com meio ambiente, domesticação de
plantes e animais.
Como do passado podemos mudar apenas nossa
interpretação dele. Diamond defende com convicção a “domesticação” dos germes,
ou seja, aqueles que logo adquiriram imunidades contra; varíola, gripe, peste
bubônica e seus derivados o que lhes conferiram importante, e até decisiva,
vantagem no confronto com outros povos. Mas também não deixa de frisar que
organização política, domínio da metalurgia do ferro proporcionou a esses povos
vantagens na exploração de outros povos; os bantos que exterminaram e/ou
escravizaram os coissãs, os europeus que dizimaram os bantos só para citar
exemplos.
O autor não se exime de analises carentes de
comprovação, dado que a Historia é uma ciência ideográfica, bem como esta
cônscio do ambicioso trabalho de resumir 13 mil anos de Historia das
civilizações em uma livro de pouco mais de 400 páginas. Seu contraponto diante
da impossibilidade de comprovar algo não recorrente, esta no estudo dos
habitantes da Nova Guiné, Austrália, Nova Zelândia cujos povos no séc. XIX e
inicio do XX ainda viviam da terra utilizando instrumentos de ossos e pedra.
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