sábado, 10 de janeiro de 2015

The Eiger Sanction 1975

Por Pachá
Baseado no livro de mesmo titulo publicado em 1972 por Rodney Whitaker, e levado as telas em 1975 por Clint Eastwood. The Eiger Sanction, que no Brasil saiu como Escalado para Morte, tem sua trama alicerçada na guerra fria e o jogo de espionagem entre bloco capitalista e socialista. 

Aos 45 anos na época, este foi seu quinto filme no qual, além de dirigir também atuou. Dr. Hemlock é um professor universitário de História da Arte, disfarce perfeito para sua mais rentosa atividade, assassino profissional da agencia secreta C-2 o que alimenta sua paixão, coleção de obras de arte, quadros de pintores impressionistas.

Nesse filme Eastwood ainda estava a procura de uma identidade como diretor, o que explica, mas não justifica, a falta de coesão da narrativa. 1/3 do filme é baseado no treinamento de Hemlock para voltar a forma de alpinista e encarar a face norte do Eiger que foi escalada pela primeira vez em 1938, e considerada por ninguém menos que Reinhold Mesner como uma obra de arte. A morte do alpinista David Knowles responsável pelas cenas de escalda, certamente contribui para uma atmosfera atordoada que não passou incólume a finalização, que por sinal são bem realistas para época, até porque Eastwood queria cenas em loco e sem dublês.

Já aposentado, ou pelo menos com essa intenção, Hemlock pretende se dedicar em tempo integral a arte e sua coleção de quadros. Mas um chamado da C-2 acaba por frear seus planos. Hemlock, como retaliação, deve assassinar dois espiões que mataram, ao roubar microfilmagem, agentes da C-2. A proposta do chefe maior da C-2 é tentadora, até porque implica em não perder para receita coleção de quadros, já que com seus rendimentos de professor universitário jamais poderia ter coisa igual. Hemlock completa uma parte, ao assassinar um dos espiões. O segundo, cuja identidade não foi descoberta ainda precisa ser silenciado. E tudo que Hemlock descobre é que seu alvo vai estar na próxima expedição de escalada da face norte do Eiger, e com um detalhe, o alpinista é cocho, ou seja, puxa de uma perna. A missão então ganha ares de desafio pessoal, o que é pouco explorado pela narrativa contribuindo para uma dinâmica pobre e opaca dos conflitos do personagem, já que Hemlock por duas vezes fracassou ao tentar escalar essa montanha e pelo fato de que o agente assassinado era seu melhor amigo, e que o mesmo foi entregue pelo mesmo malfeitor que os delataram em missão no passado que quase custou a vida de Hemlock.

Como tema central é o jogo de espionagem, o filme cai fácil nos clichês já explorados nos filmes do agente do Mi-5, espião conquistador, mulheres fatais, vilões ardilosos e missões além dos poderes de meros mortais, mas tudo um tanto insosso. As interpretações também não contribuem para um desfecho melhor, Eastwood assim como restante do elenco apenas cumprem as falas. Vonneta McGee estrela do blackexploitation também está sem brilho e pouco sensual em cenas até pudicas.
Mas diante da história garapa, resta as belíssimas cenas de escaladas, do treinamento de Hemlock e a própria escalada do Eiger com cenas impressionantes de suar as mãos, mas que ficam perdidas no meio da narrativa sem ritmo, onde o próprio final que merecia e pedia um desfecho surpreendente decepciona. O filme é válido para cinéfilos que procuram conhecer a carreira de Eastwood que vem dirigindo filmes nos mais diversos estilos.








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