segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Born to Be Blue


Por Pachá

A trajetória do trompetista Chet Baker (1929-1988) está rodeada de mistérios, primeiro da forma como ele surge no mundo do Jazz e depois com sua morte.

Em Born to be Blue o diretor Robert Budreau se apoia em um dos momentos mais crucias da carreira de Chet quando o músico teve sua boca e dentes seriamente danificados pelo espancamento em decorrência de dívidas de drogas... Tal episódio teve diversas versões do próprio Chet como bem investigou o biografo do músico, James Gavin em No fundo de um sonho. E até hoje o mistério rodeia esse fato.

Majestosamente interpretado por Ethan Hawke o filme não se vale de clichês do coitado drogado, até mesmo para quem nada conhece do músico Chet Baker, o filme consegue extrair o sentimento de Chet que segundo ele, o único ferido na sua caminhada entre o desastre e o fracasso, era ele, apenas ele. E a única tábua de salvação a música. Dono de uma improvisação impar, foi um dos responsáveis pelo jazz "cool", mais melódico, profundo, sem a paranoia da técnica, como encarava por exemplo os músicos Dizzy Gillespie, Milles Davis. 

No recorte do diretor, o filme trata da mais drástica recaída do músico e de seu retorno, coroado na Europa. O roteiro de acordo com o próprio diretor encontrou em Ethan Hawke o personagem perfeito, já que Richard Linklater e Ethan Hawke possuem projeto de filme sobre Chet Baker de longa data, onde Ethan estudo trompete por seis meses.

Com fotografia primorosa, e interpretações mais que corretas, o filme tem cadência melódica, encorpado como a interpretação de Chet para "My Funny Valentine. Embora tenha passado despercebido pela critica brasileira, Born to Be Blue vale todo esforço para assisti-lo.



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