segunda-feira, 24 de outubro de 2016

STALKER 1979


Por Pachá

STALKER narra a jornada mística de três indivíduos até o "quarto" onde se é possível realizar os mais recônditos desejos. Esse "quarto" fica em uma área denominada "zona", protegida pelas forças armadas que tenta inibir qualquer tentativa de ingresso. O acesso a essa área é possível apenas com os guias STALKERS, indivíduos de muita fé e despojados de interesses particulares, muito embora eles cobrem para guiar, mas nunca entram no quarto.

A arte do filme impressiona pelas locações e fotografia, que inicia com cenas preto e branco, mas quando entra na "zona" ganha colorido.

Trata-se de uma trama de ficção cientifica pós-apocalíptica quando meteorito atinge determinada área, criando em seu perímetro uma espécie de área sagrada, de felicidade uma Canaã para quem tem na fé, objeto de transcendência. Mas que o governo proibi entrada dos cidadãos, por acreditar tratar-se de uma aberração. Embebedado de diálogos vigorosos, entre fé, arte e ciência o filme provoca imersão do homem em sua curta jornada pelo planeta e sobretudo no trato com o próximo. Os três homens configura o ditado de que um mesmo homem não entra duas vezes no mesmo rio. Isso é explicitamente descrito pelo STALKER que diz que cada vez que guia, o caminho se modifica ao passo que ele também.


STALKER não é um filme cerebral, onde somos inundados com pesados conceitos filosóficos, simbolismo etc.. Mas sim um filme que faz e provoca reflexões sobre a fé, e sobretudo, quem trilha seu caminho, e portanto uma estória com diversos significados, pois de forma inteligente nos faz procurar o que não é mostrado nas imagens prontas.

Baseado no livro dos irmãos Strukatski, "Piquenique a beira da estrada" Tarkovski cria convivente ambiente alienígena, ou que restou da passagem desses pela Terra. Mas o que salta aos olhos é a poderosa fotografia, com composições poéticas, de esmero cuidado com, ângulos, textura e profundidade. A fotografia foi realizada a três, Aleksandr Knyazhinskiy (1916-1994), Georgi Rerberg (1937-1999) e Leonid Kalashnikov (1926-2005) que parece seguir o posicionamento ideológico de cada personagem, que possui expressões e crenças distintas.






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