segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Split (Fragmentado)

Por Pachá

Devo confesar que o cinema de Shyamalan me incomoda, no sentido enfadonho, desde o seu grande sucesso sexto sentido de 1999. Sempre achei seus filmes, como um espécie de diversão barata, daquelas quando já sabemos todas as manhas perdemos o interesse. E ele sempre apostou em tramas ancoradas em mstérios que tira a vontade de rever o filme, pois já sabemos o grande segredo que o roteiro esconde para liberar ao final. É claro que ele tem filmes que fogem a essa formula, mas ai são filmes insossos, salvo corpo fechado de 2000.

Em fragmentado mesmo partindo de um roteiro onde o segredo é sabido, no caso o sujeito com múltiplas personalidades, ainda sim ele escamoteia outro grande segredo, The Beast. Mas o filme tem bom ritmo e interpretação poderosa de James McAvoy e as 23 personalidades que na verdade só vemos 4 ou 5 no máximo, mas em nada diminui sua performance.

Os personagens que habitam o mesmo corpo, possui idiossincrasias a ponto de alterar até mesmo a química do corpo, caso da personalidade Priscila que é diabética, e reclama que é a única que precisa tomar insulina. E ainda que não vejamos todos as personalidades de Kevin o filme tem boa dinâmica, e mesmo o grande segredo não compromete o processo de assistir ao filme novamente, até porque a sequencia de pontos de viradas é bem ao estilo Hitchcock em disque M para matar.

A participação de Anya Taylor-Joy é correta com boa movimentação em cena, e confere ao personagem a dramaticidade que se propôs a trama.

Split certamente é uma tentativa do diretor de fugir a formula dos filmes de grandes segredos, em detrimento de tramas mais sólidas pautadas pelo equilíbrio de atuações e eventos.









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