O diretor Boots Rilley faz uma divertida e inteligente critica ao capitalismo por meio das relações trabalhistas do telemarketing. Os diálogos enxutos e sempre amparados em conflitos dos personagens, principalmente da dupla Lakeith Stanfield como Cassius e Tessa Thmpson como Detroit, emulam o universo caótico, antagônico das relações trabalhistas e ainda escancara o racismo quando se sabe que atendentes negros tem menos chances de fechar vendas, a "voz branca" é a alegoria, construída e bem trabalhada por Rilley nesse sentido.
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A Vizinhança do Tigre , filme anterior de Affonso Uchoa e João Dumas havia me impactado bastante ao retratar o cotidiano de alguns personagens, não atores interpretando eles mesmos, moradores de bairro pobre de Contagem - MG. A atuação entregue pelos personagens, principalmente, de Aristides de Sousa, é tão intensa, que o mesmo Aristides deu vida a Cristino em Arabia, um road movie mineiro construído a partir do diário de um trabalhador, Cristiano, que viajava pelas cidades mineiras em busca de emprego.
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Os filmes de Panos Cosmatos são estranhos e porque não, sobrenaturais, mas são encharcados de intrigantes e boas imagens com histórias bem construídas, com diálogos parcimoniosos que entrega a trama em doses homeopáticas, e se para alguns o filme não tem pé e cabeça, é porque assim são os sonhos ou melhor, os pesadelos, e essa é a sensação que sou tomado ao assistir seus filmes, foi assim em Beyond the black Rainbow 2010 e agora com Mandy. Nicolas Cage esta a vontade no papel bem ao estilo coração selvagem, porém mais gore.
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Rainer Sarnet é outro diretor que já havia caído em minha graça, com idiota de 2011, uma adaptação de Dostoievski. Em November, adaptação do livro Rehepapp do escritor Andrus Kivirahk, que trata do folclore da Estônia, o diretor Rainer Sarnet nos entrega uma historia de amor, nada convencional é claro, pois a mesma está imersa no sobrenatural e passagens hilárias ao estilo monty python. A fotografia em P&B de Mart Taniel aprofunda a atmosfera de mistério e sobrenatural da narrativa.
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Lucrecia Martel é sem duvida um dos grandes nomes do cinema argentino. Em Zama ela esbanja esmero em uma narrativa hipnótica, na trajetória do personagem Zama, em atuação soberba de Daniel Giménez Cacho, assim com Nachtergaele, alias atuações é um ponto forte do filme. Alem de uma narrativa cativante, Martel ainda nos coloca a par do processo burocrático que envolvia a gestão das terras espanholas na América.
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A filmografia de Sean Baker em minha percepção é indelével. A estratégia de abordagem narrativa com profundo apelo documental é frequente em seus filmes, em Projeto Florida não é diferente, a historia de uma mãe solteira e sua filha é um retrato dos que vivem a margem do sonho americano. Com atuações poderosas o filme encanta por meio do olhar infantil, o complicado mundo dos adultos.
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O dilema quando não mais nos encaixamos nos desígnios de Deus parece ser o mote de Fist reformed (No Brasil, no Coração das trevas), e ai a pergunta, "Deus nos perdoará?. Ethan Hawke entrega uma de suas melhores atuações, em minha percepção, ao encarnar atormentado padre que ao entrar em contato com casal de ativistas ambiental, agrava ainda mais seu estado de angustia. Paul Schrader estava devendo um bom filme há tempos.
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O filme do diretor Faith Akim trata de forma muito convincente o xenofobismo inerente em grupos de supremacia branca na Alemanha, escancarando o medo nazista. Mas a atuação de Diane Kruger é tão intensa que uma única coisa fica patente, a vingança de uma mulher que perdeu tudo, e ai já não importa as motivações do fato. e sim, dente por dente, olho por olho. O diretor alemão descendentes de turcos, tem em seus filmes a questão do imigrante turco na Alemanha.
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Em 2011 a diretora Lynne Ramsay tentou nos avisar, que precisávamos falar sobre Kevin, em You Were...parece que ele cresceu (devaneio meu), mas de alguma maneira para ajudar com as cobranças da consciência, ele apenas martela os caras maus...Phoenix está irretocável, e atua com maestria um roteiro onde duas personalidade caóticas coabitam o mesmo ser, e ambas, andam a beira do abismo. Um filme poderoso, intenso, que esconde mais do que o que mostra sem parecer pretensioso.
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Kin não é de longe um blockbuster de herói sci-fi, mas tem uma atmosfera dos filmes dos anos 80, como "o ultimo guerreiro das estrelas" de 1984, em parte pela produção, a mesma de stranger things mas também pelos diretores, os irmãos Baker, Josh e Jonathan que fazem uma grande homenagem, em minha percepção, ao exterminador do futuro. O filme é competente nos efeitos e tem um trama bem bacaninha.
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