quarta-feira, 25 de setembro de 2019

midsommar 2019


Por Pachá

Segundo a mitologia nórdica, o sacrifício de animais nas festividades de divindades, como o sol por exemplo, era comum oferecer cavalos, bois e porcos aos deuses. O sacrifício humano era raro, quando ocorria, o sacrificado era um escravo. O filme de Aster, Hereditário, está todo ambientado na mitologia nórdica, ou pelo menos em alguns costumes nórdicos.

O primeiro ato, da trama, tenta envolver o espectador e criar empatia com os dramas pessoais dos personagens, Dani (Florence Pugh) uma estudante de psicologia, recentemente órfã, que acaba acompanhando seu namorado, Cristian (Jack Reynor), antropólogo, que esta as voltas com sua pesquisa de doutorado, Josh (William Jackson) também antropólogo e pesquisando sobre povos nórdicos, o sueco Pelle (Vilhelm Blomgren), que convida o grupo para o festival de verão em Halsingland e Mark (Will Pouter) que não consegui descobrir de fato sua função na trama, pois se foi a de colocar como o típico yankee e cético ou mesmo bobo da corte, foi no mínimo equivocada.

O segundo ato, o chamado para aventura se dá logo quando chegam a comunidade de Halsingland, com a experimentação de ervas e chás para derrubar as defessas de mentes fechadas. E a partir dai a expectativa de um processo chocante ou aterrorizador, vai perdendo força, seja pela previsibilidade, ou pela falta de verossimilhança. Vejamos, os antropólogos, mas parecem jornalistas, o fato que os convidados serão sacrificados é óbvio e notório, resta saber como será esse processo.

O terceiro deixa a percepção de que as camadas que o roteiro pretende abordar, não funciona, e acaba comprometendo a trama, o relacionamento de Dani e Christian, a ambição de Josh, e os 9 dias de rituais que estão pela frente e a profusão "dogmas" que cercam a comunidade de Halsingland, é tão confusa quanto os símbolos estampados no interior da casa na qual a comunidade dorme.

A fotografia, em parte auxiliada pela bela paisagens de bosques, e coloridos de flores não consegue criar um contraponto inquietante, e nem ao menos pode se amparar na trilha, pois esta está presa aos ritos nórdicos. As atuações são fracas, e algumas chegam a comprometer a trama, caso de Mark.

Em minha percepção midsommar é um filme mediano, quando se tem como parâmetro, Hereditário, do mesmo diretor, que é psicologicamente assustador. E também creio não ser válido comparar com a grande referência, The wicker man 1973.



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