sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Open Grave

 

Por Pachá

O filme de Gonzalo Lopez é um refresco para o gênero suspense, ainda mais quando tem como tema, doenças em escala global que desencadeia a onda zumbi. Gonzalo conduz muito bem a trama, garantindo um suspense sem os clichês do gênero. 

Um homem (Sharlto Copley) acorda em uma vala com vários corpos, ele não se lembra como veio parar ali, muito menos quem é. Então com ajuda de uma desconhecida (Josie Ho), ele sai da grande cova coletiva, e a partir dai há uma luta para recuperar a memória. O roteiro bem recortado, e com uma montagem bem encadeada, a trama vai aos poucos desembaçando o passado dos personagens sem comprometer o suspense. E se aproveitando bem dos conflitos dos personagens, que além de não lembrarem quem são, ainda estão sob uma ameaça com data marcada, ameaça que eles também desconhecem. 


A utilização da analogia da arma de Chekhov sempre foi muito bem trabalhada no cinema de suspense e terror, ouso a dizer até, que é mandatório seguir a risca, e Gonzalo, que também é editor, faz isso com muita segurança, conduzindo o espectador conforme as pistas que cada personagem buscam para saber quem são e o que fazem ali. As interpretações não são o ponto alto, muito embora Copley se destaque, com um protagonismo que lembra seu papel em District 9, dando mostra de sua versatilidade, tanto para papeis de vilão como mocinho. Destaque também para  Thomas Kretschmann que faz um ótimo contra ponto ao personagem de Copley. Os demais garantem o suspense com atuações corretas e sem exageros.

A fotografia assinada por José David Montero, do ótimo, "onde está segunda feira"  é bem resolvida, imprimindo ritmo e suspense a trama. A abertura com os closes de Copley é um bom começo, e permeia o desenrolar, sempre partido de planos fechados para os planos abertos, basta ver o encerramento com um plano aéreo em contraponto ao inicio,

Open Grave é mais uma boa mostra do cinema de suspense espanhol, e vale todo esforço para assisti-lo.



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