sábado, 13 de novembro de 2010

Café da Manhã dos Campeões

Por Pachá
Vonnegut tem olhar mordaz e ao mesmo tempo escrachado da América. Em Café da Manhã dos Campeões ele dispara esse olhar e escreve um manual para alienígenas iniciantes no planeta Terra que segundo Vonnegut é habitado por máquinas, isso mesmo, todos os seres humanos são máquinas, perfeitas ou defeituosas programadas para; amar, odiar, trabalhar... E para melhor ciceronear os alienígenas ele ilustras pequenas ideias, como por exemplo, um cu pode ser representado por um asterisco, castores escancarados pode designar mulheres em poses ginecológicas, e assim em diante... Seu alter ego Kilgore Trout  um escritor de ficção é o único que sabe que há um criador, Vonnegut, que dotou as máquinas de tais funções. 

O livro tem duas histórias que se convergem onde o criador também participa dos conflitos dos personagens principais, Kilgore e Dwayne Hoover. Durante a leitura do livro, que não consome muito tempo, são 309 páginas em formato de bolso da LPM tive a clara visualização de vários filmes, de Emir Kusturica a Terry Gilliam e o personagem de Dwayne Hoover me lembrou muito Jerry Lewis no filme Arizona Dream de Kusturica.

A satírica e ácida visão de Vonnegut sobre, guerra, política, sexo é muito bem diluída nos conflitos dos personagens, que tentam se adaptar ao caos enquanto que Vonnegut, o criador quer levar o caos a ordem reinante, uma espécie de controle de qualidade das máquinas, bem como estudo de comportamento de sua criação a sua imagem e semelhança. Publicado em 1973 este é o livro mais conhecido de Vonnegut.

Nenhum comentário:

Postar um comentário