Cinco séculos após
chegada do europeu as Américas o significado de ser latino americano ainda
permeia os diversos debates sobre os rumos dos países sul-americanos, dado que
nos foi negado a denominação de americanos, uma vez que nosso “ primo” rico
cunhou esse termo para si, não sem antes explorar, massacrar e larapiar em
beneficio de poucos os territórios abaixo do rio bravo. Mas tio sam não
foi o único, ele apenas seguiu exemplo do eurocentrismo reinante, onde a lei do
mais forte significava ganhar com a perda alheia. É uma verdade irrefutável que
a historia da América Latina esteja escrita com sangue dos gentios, africanos, e
das extintas civilizações Astecas, Maias, Incas. Mas em pleno séc. XXI o que significa
ser latino americano? Quem que ser latino americano? Questões cruciais quando
se coloca em jogo a postura dos países sul-americanos diante da globalização.
García Canclini (2002, p.18) em Latinoamericanos buscando lugar en este
siglo parece estar atento a tais questionamentos. Canclini estabelece que
se por um lado a globalização aumentou as vozes no debate, por outros arruinou
os Estados nacionais capaz de frear a fome das corporações de bandeiras
diversas. E as apostas em mercados massivos de consumo das grandes populações
sul-americanas também não promoveu desenvolvimento muito menos a tão buscada
integração da América Latina.
Mas para entendermos o presente e os possíveis rumos do futuro é
prudente, imperativo quase, olharmos o passado. As veias abertas da América
Latina é interessante, conquanto triste, retrato desse passado. Em sua
pesquisa jornalística nada ortodoxa onde ficção, historia e jornalismo flertam
a cada parágrafo Galeano remonta as riquezas de centros como; Potosí, Zacatecas
e Ouro Preto (e dezenas de outras) e de como suas riquezas de uma forma ou outra foram parar nos
bancos norte-americanos e ingleses, dado entre outros fatos a inépcia de nossos
colonizadores, pois a divisão internacional do trabalho encerra dois lados de
uma mesma moeda, um que se especializa em ganhar e outro em perder. América
Latina desde contato com europeu foi especializada no segundo, onde sua miséria
e pobreza é diretamente proporcional a riqueza e desenvolvimento daqueles que
cedo constataram que crescimento se dá pela capacidade de investimentos fora de
suas divisas e com protecionismo feroz de seu mercado interno, "Um país –
dizia Woodrow Wilson nos idos de 1913 - é possuído e dominado pelo capital que
nele se tenha investido." Wilson não foi visionário, muito menos o
primeiro a perceber tal proeza do capital. Mentes brilhantes como Adam Smith já havia preconizado que o mercado é quem dá as cartas. E ele como maioria dos europeus, economicamente informado, no idos do séc. XVIII era convicto da exploração das América para garantir conforto e mimos; doce chá, chocolate, jóias e impulsionar os teares ingleses que vestiam até o que os escravos usavam na labuta diária pra comer se muito um pedaço de pão todo fudido...E todos aqueles que lutaram pelo direito de comer, morar e viver de terras dos seus antepassados foram enterrados na historia como vilões. E nesse ponto a obra de Galeano é importante para revermos a historia e fomentar nova visão da América Latina e do latino americano.
"Viva Zapata, Viva Sandino, Antonio Conselheiro, Lampião, Zumbi sua imagem e semelhança..."
O livro em minhas mãos, que leio pela segunda vez é da 22º edição de 1986 da editora Paz e terra, o primeiro contato com essa obra foi em versão pocket, dessas compradas em bancas de jornal. Mas seja em qual versão ou formato, uma obra fundamental para todo latino americano.
"Viva Zapata, Viva Sandino, Antonio Conselheiro, Lampião, Zumbi sua imagem e semelhança..."
O livro em minhas mãos, que leio pela segunda vez é da 22º edição de 1986 da editora Paz e terra, o primeiro contato com essa obra foi em versão pocket, dessas compradas em bancas de jornal. Mas seja em qual versão ou formato, uma obra fundamental para todo latino americano.
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