terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Cronicamente Inviável 1998

Por Pachá
Cronicamente inviável é uma visão ácida do Brasil. E pra aqueles que não poupa critica ao pais do futuro, vai encontrar em cronicamente inviável um retrato eloqüente da realidade brasileira. Bianchi que goza de fama de provocador, faz um filme que escancara o “ jeitinho brasileiro”, da imoralidade institucionalizada, da trambicagem como parte do DNA social. Olhando para trás, no tempo da colônia, é possível ver que apenas as técnicas das praticas de se dar bem evoluíram, o brasileiro continua conivente desse câncer que nos torna o eterno pais do futuro, comportamento ético e moral de qualidade duvidosa, criminoso até. O filme de Bianchi aponta especificamente para classe média, embora em entrevista Bianchi afirma ter insultados todas as classes indistintamente. Segundo ele todos são culpados por essa falsa harmonia social que escamoteia os verdadeiros e sérios problemas brasileiros.

Inteiramente montado, ou seja, todas as cenas foram encenadas em uma serie de episódios autônomos, cronicamente inviável aponta paras as mazelas brasileiras, crimes ambiental, trafico de órgãos, prostituição masculina, exploração do trabalho infantil ou adulta. É um dedo na ferida. E para aqueles que acreditam que nossos problemas são iguais a de todo pais em desenvolvimento, Bianchi diz que a realidade é soberana, e a brasileira imersa em cinismos e misérias humana.

Realizado entre os anos de 1997 e 1998, cronicamente inviável se desenvolve em duas historias principais intercaladas por episódios avulsos relacionados as historias mestras. Relato de um escritor, cujo livro Brasil ilegal esta em debate por intelectuais em programa de TV. Um casal de classe média que se reúne em chique restaurante onde jantam com proprietário sob acalorados debate dos costumes brasileiros.

A critica é contundente e de difícil contra argumento, tal qual relato do personagem sociólogo em uma das cenas tentando entender origem da passividade do povo brasileiro que sofre explorado nas mãos de todos sem mostrar qualquer lampejo de revolta ou mesmo indignação. Segundo o escritor, que cita Charles de Montesquieu os países abaixo da linha do Equador e portanto sujeito ao calor dos trópicos faz com que o sangue do povo dessas áreas seja mais grosso dificultando a correta irrigação do cérebro. Hoje sabemos que tal argumento é não só mentiroso como absurdo, mas no séc. XVII era aceito, não porque era verdade, e sim porque não havia contra argumento.

frases cuja idéia que permeiam o longa:

Cronicamente inviável adverte...
"Revoltar-se com a realidade pode causar diverso males a sua saúde e nenhuma solidariedade"
"A destruição da dignidade pode virar característica cultural"
"Faturar com a pobreza faz com que ela se torne desejável"
"As pessoas que analisam a realidade adoecem mais de depressão e raiva"

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