sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Cartas na Rua

Por Pachá
Bukowski é considerado um dos maiores escritores contemporâneos dos Estado Unidos. Sartre e Genet o denominaram como maior poeta da América. Exageros ou não, o que sei é que o velho safadão sabia o que dizia quando colocava a pena a serviço da ficção. Embora suas historias sejam quase em sua maioria biográficas, não podemos deixar de lembrar que a realidade é muito chata para ser explorada em sua totalidade, é preciso um pouco de ficção para dar dinamismo a narrativa. E isso Buk fazia com simplicidade e elegância em sua percepção de fatos corriqueiros do cotidiano,  pois segundo ele é melhor realizar algo idiota com estilo do que algo formidável sem estilo.

Cartas na rua é de 1971 e narra o período em que Bukowski passou nos correios dos EUA, lugar onde trabalhou até os 49 anos. Escrito em um mês, segundo alguns. Trata-se do primeiro romance de Bukowski que largou o emprego nos correios para se dedicar a arte de escrever em tempo integral. Mas claro, isso foi possível porque John Martin da Black Sporrow Press o pagava U$100 por mês para tal.

E para quem começou por outras obras do velho safadão e ainda não leu misto-quente, numa primeira analise estranha o estilo mais contido e sóbrio de cartas na rua. Bukowski faz um relato raivoso, porém cômico das relações trabalhistas. Os porres e as mulheres igualmente perdidas também estão presente no universo de Henry Chinaski o alterego de Bukowski. E a sensação de que assassinamos as melhores horas de nosso dia nas mais de 9, 10 horas num empresa, escritório ou fabrica, também está marcante no relato de Chinaski.

Pra quem é fã do velho safadão não pode deixar de ler e reler cartas na rua. Abaixo um entrevista, de uma serie delas intituladas Bukowski tapes...



Romances
Cartas na Rua. São Paulo: L&PM Editores, 2011 (edição original 1971)
Factotum. São Paulo: L&PM Editores, 2007 (ed. original 1975)
Mulheres. São Paulo: L&PM Editores, 2011 (ed. original 1978)
Misto quente. São Paulo: L&PM Editores, 2005 (ed. original 1982)
Hollywood. Porto Alegre: L&PM Editores, 1990. (ed. original 1989)
Pulp. Porto Alegre: L&PM Editores, 1995. (ed. original 1995)

Contos, poesia, não-ficção
Crônica de um amor louco. Porto Alegre: L&PM Editores, 1984
Notas de um velho safado. Porto Alegre: L&PM Editores, 1985.
Fabulário Geral do Delírio Cotidiano. Porto Alegre: L&PM Editores, 1986.
N.York, 95 cents ao dia. Porto Alegre: L&PM Editores, 1991 (quadrinhos).
Delírios Cotidianos. Porto Alegre: L&PM Editores, 1991 (quadrinhos).
Numa Fria. Porto Alegre: L&PM Editores, 1993.
A mulher mais linda da cidade. Porto Alegre: L&PM Editores, 1997. (coletânea)
O capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio. Porto Alegre: L&PM Editores, 1999.
Hino da Tormenta. Florianópolis: Spectro, 2003.
Os 25 Melhores Poemas de Charles Bukowski. Rio de Janeiro: Bertrand, 2003.
Tempo de voo para lugar algum. Florianópolis: Spectro, 2004.
Essa loucura roubada que não desejo a ninguém a não ser a mim mesmo amém. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2005.
Vida desalmada. Florianópolis: Spectro, 2006.
O Amor é um Cão dos Diabos. Porto Alegre: L&PM Editores, 2007.
Ao Sul de Lugar Nenhum - Histórias da Vida Subterrânea. Porto Alegre: L&PM Editores, 2008.
Bukowski - Textos Autobiográficos. Porto Alegre: L&PM Editores, 2009
Pedaços de um caderno manchado de vinho. Porto Alegre: L&PM Editores, 2010
Amor é tudo que nós dissemos que não era. Rio de Janeiro: 7Letras, 2012

Revista em quadrinhos

Delírios Cotidianos. Porto Alegre: L&PM Editores, 2008

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