o diretor austríaco Michael Glawogger tem um vasto curriculum no cinema, que data desde anos 80. Neste documentário ele percorres três países onde a prostituição é legalizada, Tailândia, Bangladesh e México. Em ambos os casos ele explora questões profissionais e emocionais das mulheres que se prostituem por falta de opções, ou pelo menos, é o que nos leva a crer os depoimentos.
Particularmente me tocou muito as cenas do bordel em Bangladesh, sejam pelas condições precárias de trabalho ou pela religiosidade. Há uma cena em que a cafetina em treinamento com recém contratada, lhe instrui...
"...Não faça tudo que o cliente quer, diga-lhe educadamente, vendo meu corpo e não minha alma."
"...Se um cliente quiser que você coloque o pau dele em sua boca. Diga não, minha boca é sagrada. Ela recita as suras do Corão."
O depoimento do barbeiro também é contundente, no sentido social da importância das prostitutas, pois sem elas os homens sairiam pelas ruas estuprando mulheres, cabras e vacas.
Na Tailândia onde há maior respeito pelas meninas, e também melhores condições de trabalho, há igualmente a questão da fé, quando elas rezam para que tenham muitos clientes. No México as prostitutas depositam sua fé em nossa senhora da boa morte.
O ponto forte do documentário reside em relatar lugares fora do comum da prostituição, como Holanda, Hungria. Aliado a uma fotografia cuidadosa o longa cria uma visão emocionante e triste quanto a condição da mulher ao redor do mundo.
O documentário agarrou prêmios, no festival de Veneza com melhor longa pelo juri e melhor documentário e melhor fotografia no Austrian Film Awards.
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