terça-feira, 15 de novembro de 2016

Triple 9



Por Pachá

Desde HEAT não assisto a um filme de policia e bandido tão intenso,  tão cru, tão bem estruturado em sua narrativa e tão bom. Hillcoat já havia chamado atenção com Road 2012 (A Estrada). Em Triplo 9 ele mantém a desesperança no homem ao colocar em conflito a máfia russa, policias corruptos, ex-militares mercenários e detetive nada correto que ocorre atrás dos bad guys.

A trama é bem costurada, e repleta de viradas que mantém a imprevisibilidade até o último instante, na qual os personagem destilam seus desvios de caráter e virtudes.

No elenco rostos mais que conhecidos, Wood Harrelson, Kate Wistley, confesso que levei uns bons segundos para identifica-la. Tem também o versátil e correto, Chiwetel Ejiofor, Casey Afflek... Todos com participações equilibradas em suas cargas dramáticas, conferindo certa linearidade nos conflitos que movem os personagens, mas que não esmorece a dinâmica central, a ação. A cena do assalto final é criativa e bem executada.



Os diálogos me agradaram bastante, realista e muito condizente com os personagens, em destaque o papel de Kate Wistley como mafiosa impiedosa. A fotografia com muito contraste, sombras e pouca saturação de cores puxando para o amarelo, com fortes tons de vermelho, cor marcante em algumas cenas do filme, cria aura de luxuria, por vezes descolada da narrativa. Quem assina a fotografia é Nicolas Karakatsanis, que ganhou reconhecimento com também ótimo filme The Drop 2014. Alias esse tipo de fotografia é a queridinha da vez dos diretores e fotógrafos de filmes de ação.

O som do filme, é algo que se percebe quando comparado aos filmes do gênero, não há aquelas musicas irritantes de ação, a única música é um rap, cru sem apelos comerciais que surge nas cenas do confronto latino. E segue bem a risca os silêncios de suspense muito bem trabalhado em Heat em minha opinião um dos melhores filmes do gênero. A cena inicial em Triple 9 da a tônica sonora, iniciando com um diálogo e logo seguido de ação, sem muita explicação, essas vão sendo dadas no desenrolar da trama destruindo qualquer chance de empatia com os personagem, fugindo do maniqueismo dos filmes de heróis e bandidos. Hillcoat acredita, ou ao menos nos passa a ideia, de que ser bom ou mau é uma questão de momento e necessidade.

Para os fans do gênero, Triple 9 é diversão mais que garantida, e vale todo esforço para assisti-lo.



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