Trees Lounge

Por Pachá

O primeiro longa de Steve Buscemi é um olhar simples sobre o cotidiano daqueles que acham que não tem nada a perder, mas o ditado de que nada é tão ruim que não possa piorar se aplica a narrativa de Trees Lounge em grau, número e gênero.

A estrutura dos eventos que cercam Tommy (Steve Buscemi) é entregue aos poucos, em cada encontro no universo de personagens que o rodeiam, o que torna a trama bem fluida e interessante quando o ponto de partida é um bar que dá nome ao longa. Buscemi demonstra grande sensibilidade para tramas existências, e isso vai ficar ainda mais patente, em seu segundo longa Lonesome Jim de 2005, no qual os dilemas do oficio de viver são dissecados com grande percepção. Trees Lounge carrega todos os ingredientes de personagens que se esforçam para serem pessoas melhores, mas ao final não podem fugir do que realmente são, imperfeitos, egoístas, mesquinhos, e as vezes mais maus do que bons que não estão incólumes as consequências de seus atos. E outra coisa muito bem trabalhada no filme, é que o juízo de valores ficam a cargo do telespectadores, o que cria grande empatia pelo protagonista, mesmo diante de seus vacilos, como por exemplo ter furtado 1.500 dólares da oficina em que trabalhava.

Buscemi vinha de bons papeis, principalmente Fargo e Pulp Fiction, além de produções pequenas mas com boas criticas. Chloë Sevigny ganhou projeção no filme Kids 1995 de Larry Clark, além de ser a teenager que transmitia o espírito da x-girl, a marca de roupas de Kim Gordon, vocalista do Sonic Youth.

As atuações são bem marcadas, sem exageros, e mesmo as participações, como de Samuel L. Jackson e Mimi Rogers são bem conviventes e acrescentam veracidade a trama. Buscemi dispensa comentários, e a dupla com Sevigny coroa o conflito que empurra a vida de Tommy para o precipício. 

Trees Lounge é um filme despretensioso, com boas atuações e passagens divertidas ainda que carregadas das tragédias que permeia a realidade.

magnetlink trees lounge 1996

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