O cinema do oriente médio é sempre uma grande incógnita para mim, pois são sempre cheios de simbolismos, mitos que me dificulta entender o desenrolar dos acontecimentos e até mesmo entender o que o diretor quer dizer, uma vez que para tal é preciso ter um conhecimento da história e costumes desses povos, no caso de O que resta do tempo, não foi diferente, e captar o que o diretor Elia Suleiman quis dizer nas duas horas de película foi uma tanto desafiador.
Há uma cena que retrata o cotidiano de uma família muçulmana em que um garoto recebe um prato com lentilhas de uma vizinha e tantas vezes ele recebe esse prato, tantas vezes ele as joga no lixo, me pareceu um tanto sutil assim como a cena dos fogos de artifícios o retrato de uma mulher pelada no para sol interno de uma van, que só entende quem tem um conhecimento dos costumes muçulmanos e judaicos, mas tirando essas sutilezas, é facil ver o quão é difícil viver em espaços onde a intolerância religiosa demarca os limites de povos vizinhos.
Há também uma certa dose de humor ainda que macabro e absurdo, como uma cena em que um muçulmano é escoltado em sua porta até a lata de lixo sob a mira de um canhão de tanque, ou a de um confronto entre muçulmanos e israelenses que é interrompido para um mulher passar com um carrinho de bebê e ao ser interpelada pelo soldado israelense, "vá para casa" diz o soldado e a mulher no seu traje muçulmano tão Calvino, negro, retira os óculos igualmente negros e diz "Eu ir para casa? Vá você para sua casa" põe os óculos e segue empurrando o carrinho com seu bebê é no mínimo inusitada, o que me lembrou um pouco a vida é bela, onde predomina uma linguagem de farsa, tropas de fuzilamento que não mata ninguém, a não ser mulheres que falam demais, soldado judeu zelando pela integridade de um árabe, na cena em que o soldado, judeu, impede o protagonista, árabe, de atravessar a ponte temendo que este morra.
Mas em nenhum momento o filme provoca bocejos, ao contrário ele nos faz abrir a percepção para esse tipo de realidade e procurar entender o que se passa com o mundo desses povos, pelo menos é essa percepção que me permeia quando saio do cinema do oriente médio.
Há uma cena que retrata o cotidiano de uma família muçulmana em que um garoto recebe um prato com lentilhas de uma vizinha e tantas vezes ele recebe esse prato, tantas vezes ele as joga no lixo, me pareceu um tanto sutil assim como a cena dos fogos de artifícios o retrato de uma mulher pelada no para sol interno de uma van, que só entende quem tem um conhecimento dos costumes muçulmanos e judaicos, mas tirando essas sutilezas, é facil ver o quão é difícil viver em espaços onde a intolerância religiosa demarca os limites de povos vizinhos.
Há também uma certa dose de humor ainda que macabro e absurdo, como uma cena em que um muçulmano é escoltado em sua porta até a lata de lixo sob a mira de um canhão de tanque, ou a de um confronto entre muçulmanos e israelenses que é interrompido para um mulher passar com um carrinho de bebê e ao ser interpelada pelo soldado israelense, "vá para casa" diz o soldado e a mulher no seu traje muçulmano tão Calvino, negro, retira os óculos igualmente negros e diz "Eu ir para casa? Vá você para sua casa" põe os óculos e segue empurrando o carrinho com seu bebê é no mínimo inusitada, o que me lembrou um pouco a vida é bela, onde predomina uma linguagem de farsa, tropas de fuzilamento que não mata ninguém, a não ser mulheres que falam demais, soldado judeu zelando pela integridade de um árabe, na cena em que o soldado, judeu, impede o protagonista, árabe, de atravessar a ponte temendo que este morra.
Mas em nenhum momento o filme provoca bocejos, ao contrário ele nos faz abrir a percepção para esse tipo de realidade e procurar entender o que se passa com o mundo desses povos, pelo menos é essa percepção que me permeia quando saio do cinema do oriente médio.
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