domingo, 5 de setembro de 2010

Homo Faber (O Viajante)


Por Pachá

Volker Schlondorff é um cineasta alemão que tem no currículo a proeza que poucos ou nenhum diretor tem, que é o de transportar para a tela de cinema grandes clássicos da literatura, e ao fazer, o fez com maestria, propriedade, captando com intensa sensibilidade os traços, cores, e conflitos das obras filmadas. 

E com Homo Faber obra do escritor existencialista suíço Max Frisch (1911-1991) não foi diferente, alguns céticos diziam impossível trazer para as telas, tal a densidade da obra, porém mais uma vez a crítica se rendeu ao espírito inquieto de Schlöndorff e em 1991 ele lança Homo Faber, no Brasil O Viajante. Nos anos 50 Walter Faber (Sam Shepard), sujeito frio, racional e pouco afeito a relacionamentos duradouros, tenta dar um sentido a sua vida e ao embarcar em uma viaje de navio para Europa, fugindo de um relacionamento, ele conhece a radiante Sabeth (Julie Delpy), uma estudante de arte. Walter fica hipnotizado pela pequena a medida que vai conhecendo-a a ponto de ficar obcecado. Eles então decidem fazer um tour pela Europa onde Sabeth poderá visitar museus, ruínas e com isso saciar sua sede de arte. 



E durante essa viagem e a medida que ele vai se aprofundando na vida de Sabeth e lembrando da sua juventude em Zurique algumas coincidências vem a tona e algo que vai mudar a sua vida radicalmente é revelado. E a tragédia se anuncia. As atuações são primorosas e foi o primeiro filme que assisti com Julie Delpy. Assisti a esse filme no ano de 1996 no canal da Record em uma época que havia maior preocupação com programação, na qual era possível assistir a bons filmes, tempos depois ainda nesse mesmo ano, a Record exibiu também um outro filme de Schlöndorff, A morte do Caixeiro Viajante.

A trama trata do mito do incesto, por meio de uma rede de coincidências alicerçada pelo existencialismo, alias as coincidências perseguem o protagonista a tal ponto que ele mesmo questiona algumas passagens de seu passado e presente.




Direção
1966 – Der junge Törless – do romance O Jovem Torless de Robert Musil
1979 – Die Blechtrommel – O Tambor, de Günter Grass
1983 – Eine Liebe von Swann – Um amor de Swan, de Marcel Proust
1985 – Death of a Salesman A morte do caxeiro viajante de Arthur Miller
1991 – Homo Faber – do livro Homo Faber, de Max Frisch
1998 – Palmetto




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