domingo, 13 de março de 2011

O Apanhador no Campo de Centeio

Por Pachá
Escrito em 1951 esse livro é um clássico da literatura americana e retrata as fantasias e ilusões do jovem Holden Caulfield de 16 anos que após tomar bomba em um colégio mergulha em uma prosaica e pueril reflexão sobre sua vida e o mundo que o cerca.

É curioso a narrativa de Jerome Dvid Salinger que ao retratar fatos banais de um adolescente nos anos 50, conseguiu ainda sim imprimir todo um comportamento dessa geração. Não há fatos dramáticos ou trágicos na história de Caulfield apenas o vazio de uma vida monótona de um guri de classe média alta americana, que tenta se enquadrar em algo que dê sentido a sua existência e nesse monologo renitente de Caulfied acerca de tudo, escola, amizade, sexo, religião ele vai montando sua maturidade e como é dito em certa passagem do livro, Caulfield vai tomando conhecimento da extensão de seu pensamento sobre o oficio de viver, pois
"Um homem imaturo tem como característica morrer de forma nobre por uma causa, ao passo que o homem maduro procura viver humildemente por uma causa" essa frase nem é do Salinger, ele a pegou de um psicanalista do inicio do sec. XX, Wilhelm Steckel mas que contém todas as inquietações que atormenta o pouco vivido espírito de Caulfield.

Embora já estivesse na casa do 32 anos, quando escreveu esse livro, Salinger consegue com muita propriedade extrair essa aura pueril com uma linguagem com gírias bem chula, para os padrões da época, que já mostrava sinais de transição de comportamento, cultura e posicionamento  politico, o mundo estava imerso na guerra fria. E o que Caulfield faz é mostrar seu descontentamento com  os padrões vigentes e embora não diga explicitamente, ele se esforça para não ser igual a tudo que ele critica ou não gosta.

Esse livro também está carregado de mistérios e curiosidades, basta lembrar que o carinha, Chapaman que matou o Beatle Lenon estava lendo esse livro quando preso, e afirmou que o livro o tinha inspirado a cometer tal ato, o sujeito que atirou no presidente Ronald Reagan também disse o mesmo, que o livro o tinha inspirado. Alguns mais fanáticos pela teoria da conspiração, americanos em sua totalidade, acreditam que o livro contém uma espécie de "vírus" psíquico que fica adormecido no subconsciente de quem leu aguardando o momento certo de cometer um assassinato. O exemplar que tenho em mãos é da procurada editora do autor então lançado em sua segunda edição.

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