quarta-feira, 15 de junho de 2011

Eraserhead


Por Pachá
A experiência de assistir Eraserhead de David Lynch é a de ser transportado para um pesadelo de noite febril. Essa é a mais unânime observação que pode ser feito para as imagens de Lynch. Embora tenha assistido a esse filme umas duas vezes, somente da ultima consegui um DVD da coleção Lume que tem uma entrevista com David Lynch. Que não é propriamente sobre o filme, mas acerca de sua carreira. E como Eraserhead é seu primeiro longa, há um making off do filme. Uma coisa que me chamou a atenção nessa entrevista é seu parecer sobre as criticas ao filme. “Nenhum critico conseguiu traduzir o que eu queria dizer com as imagens de Eraserhead”. Diz Lynch ao final da entrevista. Em outras pesquisas Lynch diz que seu filme é algo sobre sonhos e coisas escuras e perturbadoras, e que é seu filme mais espiritual.

Então a posteriori tudo que posso, e sempre é isso que me proponho, é empregar minha percepção a respeito das sombrias, frias e lúgubres imagens de Eraserhead. Harry (Jack Nance) é um cidadão amedrontado em um industrial e estéreo mundo, no qual ele também parece manter grande esforço para se manter seguro, no corpo e na mente.  Sua angustia diante desse mundo hostil projeta suas falibilidades; um filho que nunca teve, um relacionamento ardente, um emprego de sucesso. E como são os sonhos, esses desejos negados pelo cotidiano as vezes,  transformam esses anseios em tenebrosos pesadelo...
"... In Heaven, everything is fine."

A quem diga que Nance é o alter ego de Lynch tentando exorcizar alguns demônios, um filho não programado com a namorada o qual nasce Jennifer Lynch um bebe com pés deformados.


Erasehead é um conjunto de técnicas para criar um momento onírico medonho e assustador. A fotografia preto e branco de Hebert Cardwll e Frederick Elmes cumpre o tento que em comunhão com o som, noise,  de ambientes fabris cria uma atmosfera de imprevisível tormento.

A curiosidade é que o filme é um projeto de formação do curso do conservatório AFI em Los Angels e tinha apenas dez mil dólares para concluir seu primeiro longa, Erasehead e  dada as dificuldades, Lynch se instalou em uma espécie de celeiro no camping do conservatório e montou todo o filme, que levou cinco anos para ficar pronto, as paradas eram constante devido a falta de recursos.

Um obra prima do cinema fantástico surreal.



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