sábado, 25 de junho de 2011

Serafim Ponte Grande

Por Pachá
O mais janota brasileiro que andou por essas paragens. Serafim é o alter ego de Oswaldo de Andrade que carregado de aspectos lúdicos com intuito de satirizar comportamento da época, e com isso, a exemplo de Macunaíma de Mário de Andrade, cria seu anti-herói. O estilo da narrativa empregado no breve livro é renovador, debochado e carregado de humor ácido.

Publicado em 1933 é o primeiro sopro do modernismo na literatura,  movimento fomentado por ele é também um dos precursores do vanguardismo da literatura brasileira. A ideia principal, liberar os ímpetos sexuais. E é o que o herói faz, após se livrar do casamento "tenho um canhão mais não sei atirar" ele parte para um tour hedônico pela Europa e Ásia. Com o fiel escudeiro Pinto Calçudo, Serafim invade festas e saraus, são os verdadeiros bicões e avacalhadores da cena.

Serafim não só debocha do comportamento vigente, como espezinha o moralismo com o hedonismo. O estilo empregado é uma forma de paródia aos estilos romanescos da época. Haroldo de Campos descreveu esse livro como não-livro, pois se em memórias de José Miramar ele faz uso de mosaico de frase e cenas, em Serafim além dessa colagem ele mescla com os estilos, de folhetim, policial e outros.


Serafim é um modesto funcionário sanitário que após mudanças e tentativas de ser livre, fica milionário e parte para uma odisseia onde debulha todo os deslocamento de um latino americano. Leitura essencial.

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