Por Pacha
Não é segredo que Peter
Jackson, depois dos integrantes do Led Zepplin, é um dos maiores (famosos) fãs
do professor britânico John Ronald Reuel Tolkien (1892-1973). A Terra-Média e todo ambiente fantasioso de magia e mitologia escrito por Tolkien veio de seus esboços inicias sobre o tema, "O Silmarillion" entre as décadas de 20 e 30 do séc. XX, de onde saiu o Hobbit e Senhor dos Aneis. O tão esperado Hobbit também consumiu alguns anos de Jackson que vai fazer deste assim
como Senhor dos Anéis, uma trilogia. Tecnicamente há certa superioridade do
Hobbit em relação as primeiras adaptações de Tolkien, fato explicitamente explicado pelos
avanços nas técnicas de CGI e VFx, que não deixa de proporcionar excelente
experiência visual. No que diz respeito a estrutura narrativa, o filme segue formato do Senhor dos Anéis onde os personagens são apresentados de forma
homeopáticas em situações mais cômicas que dramáticas dando a trama desenrolar linear e fluida cabendo ai
demasiada previsibilidade, mesmo para quem não leu o livro.
Em minha percepção cabia a direção e roteiro criar
atmosfera diferenciada já que a expectativa das paisagens virtuais de reinos, magos, trolls, anões e seres da Terra-Média haviam sido superadas na trilogia de
Senhor dos Anéis. Nesse quesito não há maiores surpresas, há sim visível
esforço da direção em ampliar magnitude destas cenas com novos e mais dinâmicos
ângulos, e mesmo o uso dos tais 48 fps, que não é o caso da copia que assisti na pré-estreia, não chega a criar grandes impressões, ficando a sensação de mais
do mesmo.
Martin Freeman que vive fantástica fase no premiado seriado da TV inglesa BBC, Sherlock, foi habilmente negociado por jackson já que o autor não estaria disponível em tempo integral para as gravações do Hobbit de maneira a cumprir cronograma das filmagens. Freeman que vive o hobbit Bilbo Bolseiro tem neste personagem veia muito mais cômica que Frodo, ao meu ver um ponto negativo, alias todo o filme esta permeado de cenas engraçadas pondo em risco as cenas sérias de atos heróicos como por exemplo as do guerreiro anão Throrin (Richard Armitage), ou mesmo acreditar em um grande mal que possa desequilibrar as forças da Terra-Média como o Necromancer da floresta esquecida (me fugiu o nome mitológico). A cena dos Trolls tentando assar os anões poderia ter aspecto mais verossímil, alias as batalhas em nada se iguala a nenhum dos filmes da trilogia do anel que impunha ares mais sombrios da luta entre o bem e o mal.
Ian McKellen como mago Gandalf é um dos pontos sérios da trama, e ele que inicialmente não aceitara retomar papel do mago cinza, mas reconsiderou ao perceber que o personagem não estava tão estagnado como supunha, resta saber se as questões materiais não foram determinantes, seja qual for, Ian está mais que correto no papel muito embora não equilibre os aspectos cômicos com sérios, mas certamente não se deve ao seu personagem e sim a estrutura narrativa a qual diretor e produção optaram. Também não sei dizer se tais cenas estão de acordo com livro, já que não o li, logo julgo a obra nas telas por si mesma.
O restante do elenco está na mesma forma da trilogia do anel, sem por nem tirar, pois como mesmo disse Ian a revista de cinema preview, para quem há mais de mil anos habita a terra-Média, 60 anos antes da trilogia do anel, que é o tempo em que se situa os acontecimentos do Hobbit, não impõe grandes mudanças.
Mas apesar do excesso de comicidade o filme consegue cumprir seu tento, criar ótimo entretenimento. A cena inicial do dragão Smaug tomando a cidade de Erobor é bem interessante. No mais é esperar o segundo episódio previsto para 2013 e torcer para maiores ousadias de Jackson e produção em criar atmosfera mais apocalíptica condizente entre embate do bem e o mal.
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