Reunião de contos de Marçal Aquino escrito entre os anos 80 até inicio do séc. XXI. Aquino deita olhar melancólico sobre relações amorosas com putas, bandidos e outros excluídos da sociedade brasileira com escrita ora ácida, ora esperançosa, mas que no fundo não esconde o imenso desafio que é viver. E se o cigarro mata, viver também mata como bem pensa um dos tantos personagens. Em suas especulações existências sobra angustia e falta coragem para abandonar tudo, o emprego cretino, a mulher enfadonha, a vidinha besta. Com despretensiosa narrativa Aquino cria universos inusitados, mas com imenso senso de realidade. O servente de obra que casa com a puta da capital e retorna para o interior, o matador que come a mulher do patrão negligenciando as conseqüências fatais. Mas seja como for seus personagens não estão isentos das tragédias do dia-a-dia, eles são agentes e catalisadores desse intrigado flash de tempo que nos vara enquanto caminhamos, respiramos sobre a face desse planeta. E se o oficio de viver pesa, esmagando sonhos e desejos, nos dizendo que não há fuga desse teatro, falta coragem para dar cabo com dignidade desse suplicio. E assim são os personagens do universo aquiniano, imponentes diante do nada que os devoram apenas aguardando o próximo cigarro, a próxima foda, um câncer, uma bala.
No universo aquiniano não há bom e o mau, há sim a violência imperativa, urgente onde a vilania e solidariedade não são faces de uma mesma moeda. E se lhe falta realismo no aprofundamento de ambientes e personagens, é porque a violência também é invisível mesmo naqueles que julgamos de coração puro. E por violência vale, omissão, conivência, covardia.
No avançar das páginas é possível notar que o estilo de Marçal se mantém fiel a estrutura limpa sem muitos floreios, pouco uso de elipses ou mesmo a não linearidade, fragmentada muito trabalhada em obras posteriores, como o invasor e cabeça a prêmio. A percepção que se tem ao debruçar sobre a escrita de Marçal é que seu estilo em muito lembra Graciliano Ramos para quem as palavra não era para enfeitar e sim para dizer. Como sou fã incondicional do estilo Graciliano os livros de Marçal são visitação prazerosa a aquele que em minha opinião é o maior escritor brasileiro.
Lançado pela cosac naify em edição de luxo com preço casac naify... ou seja caro pra porra!
No avançar das páginas é possível notar que o estilo de Marçal se mantém fiel a estrutura limpa sem muitos floreios, pouco uso de elipses ou mesmo a não linearidade, fragmentada muito trabalhada em obras posteriores, como o invasor e cabeça a prêmio. A percepção que se tem ao debruçar sobre a escrita de Marçal é que seu estilo em muito lembra Graciliano Ramos para quem as palavra não era para enfeitar e sim para dizer. Como sou fã incondicional do estilo Graciliano os livros de Marçal são visitação prazerosa a aquele que em minha opinião é o maior escritor brasileiro.
Lançado pela cosac naify em edição de luxo com preço casac naify... ou seja caro pra porra!
Nenhum comentário:
Postar um comentário