domingo, 6 de julho de 2014

Being Flynn (Familia Flynn 2012)

Por Pachá
Em minha limitada biblioteca de filmes assistidos, fico com impressão de que Paul Dano é a cara dos filmes independentes americano. E nessa observação, não me proponho a debater o que significa cinema independente nos EUA, já que as distribuidoras são os grandes mandantes de Hollywood e tanto blockbusters como filmes ditos independentes acabam nas mãos destas.

Em Família Flynn, Dano vive Nick Flynn um adulto perdido que acha que pode ser escritor, já que seu pai Jonathan Flyn (Robert De Niro) em sua loucura se diz um grande escritor e tal talento, igualmente corre nas veias de Nick. O fato é que Jonathan abandonou o filho ainda bebe. Nick foi criado pela mãe Jody Flyn (Julianne Moore) que não mais suportando peso do oficio de viver, dar cabo da própria vida. Nick vaga por empregos ordinários, relacionamentos no qual não pode manter, mais por valores equivocados de família do que egoísmo ou exercido de maldade, ele acaba por magoar companheira. Na outra ponta temos Jonathan um motorista de taxi, homofóbico, beberrão e intolerante vivendo sob a crença de que está produzindo uma grande obra literária. E que toda e qualquer privação, que lhe recaia, a prisão, despejo, perda de emprego não passa de material para sua essa suposta obra. Apôs 18 anos sem ver o filho, liga para este para que o ajude levar suas coisas para deposito, já que foi despejado do apartamento por agredir vizinhos.

Familia Flyn é desses filmes que dizem muito com pouco, característica esta marcante do cinema realizado com esmero narrativo. A fotografia é cuidadosa, criando convincente passagem de tempo nos flashbacks de Nick. Conferindo atmosfera de solidão e desgraça iminente. Embora carregue os problemas de toda adaptação, que é condensar em pouco mais de uma hora, uma obra literária, o filme de Weitz é honesto até porque o próprio autor da obra em que foi inspirado, colaborou no roteiro o que em minha opinião acaba por garantir, mesmo que mínima, veracidade interna, tanto da obra literária quanto do filme. E ao final, mesmo ao estilo John Ford, o filme não perde força dramática graças ao entrosamento entre elenco e roteiro. E pelo fato de que o filme não se perde em pieguices familiares, açucaradas. Creio que ai entra figura do autor para garantir que mensagem central do filme fique em comunhão com livro.
O roteiro, escrito por Paul Weitz que também assina a direção é bem redondo, com ritmo elegante, com flashbacks no qual presença de Julianne Morre é marcante como mãe prestes a entrar em colapso. Paul Dano esta a vontade, em papel muito conhecido por ele, vide For Ellen, Gigantic, no qual vive jovens solitários, com presente espremido entre passado atormentador e futuro incerto. O fato de Weitz contar uma historia adaptada de Another Bullshit Night in Suck City do escritor Nick Flyn torna o filme ainda mais atraente, dado que é um memoir do autor. De Niro junto com Julianne Moore é o grande nome do elenco, também esta correto, em papel semelhante ao realizado em cabo do medo, insano, sonhador, debochado, ou seja, em boa forma cênica. 

E pra quem não lembra, o diretor Paul Weitz que tem veia mais produtor, que diretor, para cada filme dirigido ele tem pelo menos dois outros produzido, assinou direção dentre outros filmes como, American Pie 1999 e About Boy 2002 este ultimo também inspirado em livro de outro Nick, Nick Hornby.











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