Por Pachá
"Nunca pude sair de mim mesmo. Só posso escrever o que sou" E é essa a sensação que temos ao terminar qualquer livro de Graciliano Ramos, não sabemos até onde a experiência termina e começa a ficção. Caetés escrito em 1933, seu primeiro livro, tem linguagem seca, coesa, reduzida ao essencial baseado em vivência e observação da sociedade brasileira, nordestina, da época. O personagem João Valério é, avaliado por ele mesmo, um selvagem tal qual o que ele tenta retratar nas páginas do romance que está escrevendo sobre a tribo dos Caetés. Um selvagem com uma capa de verniz. Sabe ler, se emociona com algumas palavras, sabe se portar a mesa, vai á missa, mas ainda sim um selvagem que nada sabe da natureza dos homens ou do coração das mulheres, e dentro desse mundo de pequenas desgraças irremediáveis João Valério tenta de maneira paradoxal se enquadrar dentro da vida social de Pernambuco, obliterando de sua realidade a alma selvagem de seu espírito. Mas ele sucumbe aos encantos femininos na figura de Dona Luiza, esposa de seu patrão, e com esse desejo vem a agonia de viver oco o vazio que agora lhe sufoca, o vazio de uma modernidade repleta de mesquinhas existências, de rituais que não nos difere muito dos selvagens caetés, canibalizando do autor traços autobiográficos.
"Nunca pude sair de mim mesmo. Só posso escrever o que sou" E é essa a sensação que temos ao terminar qualquer livro de Graciliano Ramos, não sabemos até onde a experiência termina e começa a ficção. Caetés escrito em 1933, seu primeiro livro, tem linguagem seca, coesa, reduzida ao essencial baseado em vivência e observação da sociedade brasileira, nordestina, da época. O personagem João Valério é, avaliado por ele mesmo, um selvagem tal qual o que ele tenta retratar nas páginas do romance que está escrevendo sobre a tribo dos Caetés. Um selvagem com uma capa de verniz. Sabe ler, se emociona com algumas palavras, sabe se portar a mesa, vai á missa, mas ainda sim um selvagem que nada sabe da natureza dos homens ou do coração das mulheres, e dentro desse mundo de pequenas desgraças irremediáveis João Valério tenta de maneira paradoxal se enquadrar dentro da vida social de Pernambuco, obliterando de sua realidade a alma selvagem de seu espírito. Mas ele sucumbe aos encantos femininos na figura de Dona Luiza, esposa de seu patrão, e com esse desejo vem a agonia de viver oco o vazio que agora lhe sufoca, o vazio de uma modernidade repleta de mesquinhas existências, de rituais que não nos difere muito dos selvagens caetés, canibalizando do autor traços autobiográficos.
A obra de Graciliano, sua prosa, é uma das mais importantes do movimento modernista em sua segunda fase, seja pelo seu enfoque ideológico do movimento ou a empatia pelos excluídos em sua constante labuta de vida contra morte que em caetés está presente nos personagens do sapateiro, esposa e a filha tísica, que tem na comoção de Dona Luiza a preocupação com os dramas do povo nordestino, característica marcante em suas obras e dessa maneira expondo sua preocupação do destino do homem.
Caetés tem a graça duradoura de obras que podem abrir a percepção para nosso cotidiano, repleto de graças efêmeras contidas em pequenos dilemas, escrever um romance, que no caso de João Valério é o Caetés, crair a coragem para toma as rédeas de paixões sufocadas, mesmo que o par esteja comprometida. E é dentro desses dois planos que João Valério transita. E é dentro desses dois planos que Graciliano tira reflexões simples, prosaicas, acerca da vida ou da falta dela.
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