segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Filmes de Vampiros

Por Pachá
Vendo como a mídia está assombrada pela invasão vampiresca, de livros sofríveis, com exceção de Anne Rice, séries assustadoramente sem nenhuma criatividade, com algumas ressalvas para True blood (que inteligentemente mistura vários mitos com pano de fundo vampiresco) e filmes, estes então sugadores da boa vontade de ineptos e incautos de mentes e sangue pueril. Resolvi então rever meus conceitos sobre o tema sob o ângulo do cinema, uma vez que o grande alavancador do tema foi a saga Crepúsculo, que havia prometido para mim mesmo que jamais os assistiria, mas resolvi ver o primeiro filme, e posso dizer que a experiência deve ser próxima a um tratamento psicológico com Debi e Loide, supervisionado por Didi Mocó.

O irlandês Bram Stoker talvez não tivesse idéia de que seu romance escrito em 1897 sobre um tema fantástico se tronasse um gênero literário, e profunda fonte para o cinema. Mas antes dele um outro irlandês já havia se enveredado pelo tema de vampirismo, Joseph Sheridan trinta anos antes de Drácula de Stoker, escreveu em 1871 Camila e criou o arquétipo do vampiro.

O primeiro filme de vampiro a citar é "Nosferatu 1922" de Murnau. Nosferatu é um obra não autorizada de Bran Stoker para seu clássico Dracula e um importante representante do cinema expressionista alemão. Nosferatu dispensa comentários, primeiro pelo aspecto do conde Drácula (Max Schreck) e pelo o engajamento de Murnau com a arte. Se você gosta do tema vampiro e nunca assistiu a Nosferatu precisa vê-lo o quanto antes.













Drácula de 1931 com Bela Lugosi (ator hungáro) é um outro clássico que faz jus a obra de Bram Sotoker. E assim como Nosferatu Drácula teve problemas com a viúva de Stoker que não liberava os direitos de reprodução da obra. Logo o nome drácula não podia ser mencionado. Inicialmente o papel era de Lon Chaney que não pode participar pois foi diagnosticado com câncer. Alguns criticos da época dizia que Bela Lugosi não sabia falar inglês, pois sua fala era cômica e exagerada. O diretor Tod Browining veio a fazer outros trabalhos com Lugosi e a universal após o sucesso de drácula investiu mais em filmes de terror.






Filmando em 1970 esse é considerado o filme mais violento de drácula, e o papel nunca esteve em melhor interpretação. Christopher Lee encarna de forma demoníaca o conde drácula.




The Hunger 1983 dirigido por Tony Scott é um filme de vampiro que foge ao caricato mito do sugador de sangue. Nesse filme vemos a estonteante Catherine Deneuve no papel de uma vampira (mais próximo portanto da obra de Sheridan) casada com David Bowie, embora  Jonh (Bowie) seja vampiro ele não é imortal como  Myrian (Deneuve) que tem 4000 anos, ele apenas consegue retardar o seu envelhecimento. A cena de sedução entre Deneuve e Susan Sarandon é soberba. O filme tem um ar gótico, logo no inicio temos a banda Bauhaus (Peter Murphy) tocando criando a atmosfera perfeita para a ação do casal vampiro. Filme obrigatório para quem curte o tema.



Entrevista com Vampiro de 1994 é baseado em livro de Anne Rice e direção de Neil Jordan. O elenco é grandioso. Tem o Pitt e Cruise no papel dos vampiros protagonistas que levam a tiracolo a meiga e sedenta de sangue menininha de cabelos encaracolados (Kristen Dunsty), e de quebra ainda tem Antonio Banderas. Neil Jordan que dois anos antes tinha colhido ótimas críticas de The Crying Games (traídos pelo desejo) adapta para as telas o livro de Anne Rice, esta escreveu o roteiro.


   
A sombra do Vampiro de 2000 é um filme que tenta ser um documentário do processo de filmagem de Nosferatu. Não agradou muita gente, pois o filme segundo os mais incomodados, diz que capta de maneira caricata o estilo expressionismo alemão. Em minha opinião o filme é correto, tem atuações acima da média, e não aborrece. O elenco conta com Willem Dafoe, perfeito no papel de Max Schreck, que alias na vida real era um sujeito estranho, e só aceitou o papel se as cenas fossem rodadas apenas a noite. Outra coisa que ajudou a criar o mito de conde drácula foi o fato de Schreck só aparecer maquiado.. Uma das criticas mais ferrenhas ao filme esta no fato de ter sido produzido por Nicolas Cage e um produtora obscura que mau consegui distribuir o filme.


Sede de Sangue 2009 de Chan-wook Park o mesmo de Old Boy dessa vez emprega sua visão oriental para o tema vampiresco. O filme é um drama romântico com fundo de sangue. Um padre infectado vê seus sentidos alterados e descobre que virou vampiro, e passa a viver um dilema entre a sede de sangue e sua fé. Para completar sua desgraça ele se apaixona por uma órfã e na tentativa de selar essa paixão a transforma em vampira, e ai meu caro é preciso assistir ao filme.


Deixa ela entrar de 2008. Filme sueco e um ótimo representante do cine fantástico dirigido por Tomas Alfredson e roteiro de John Ajvide Lindqvist o mesmo autor do livro no qual o filme foi inspirado.

Deixa ela entrar é ambientado em uma Estocolmo da década de 80 e conta a história de Oskar um garoto de pais separados e um tanto solitário que está prestes a ter sua primeira namorada, uma vizinha que veio morar ao seu lado. Até ai nada de novo, a não ser pelo fato da menina que aparenta ter 11 anos é um vampira de 400 anos. Tudo no filme agrada.

Minha lista como podem ver não é grande e tem um representante de quase cada década. O tema teve um hiato entre os anos 50 e 60, mas há um filme O Vampiro da Noite de 1958 que é um filme B, que tem no papel Christopher Lee (drácula) e Peter Cushing (Van Helsing) e consagrou os estúdios Hammer como o grande estúdio de terror, dizem ser o grande representante dessa época, não o mencionei porque ainda não o assisti.

É bom frisar também os filmes da década de 70 Karnstein trilogy, baseada na obra do irlandês Joseph Sheridan de 1871 também lançados pela Hammer. O tema voltou com grande força na década de 90 com vários seriados, filmes mais a maioria com visão equivocada do tema, ou pela técnica sofrível ou pelas atuação dignas de pena. Nos anos 2000 o tema ganha força ainda mais vampiresca, efeitos de CGI, Chroma Key, mas ainda sim não salva algumas produções do fiasco total. O mais recente filme de vampiros, Daybraker 2009/2010 dos irmãos Spierigs que foge ao estereotipo, cria um mundo onde  a maioria são vampiros e os humanos caçados como fonte de alimentação para o dentuços, mas que em minha percepção se perde com um argumento frágil e a trama se transforma em um desses filminhos onde a esperança é irritantemente o combustível dos personagens.

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