quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O único Final Feliz para uma História de Amor é um Acidente...

 Por Pachá
... sem sobreviventes.
A narrativa de J P Cuenca é luminosa e tumultuada como ruas e avenidas de Tóquio com seus milhares de comerciais de sopas em tubos de neon representado pelo próprio.

Do inicio pro meio livro te prende, envolve com uma linguagem rápida, dura e um tanto fatalista na percepção de Shunsuke Okuda, protagonista. Mas depois o livro tem narrativa confusa de um filme de ficção de qualidade duvidosa. Esse é o terceiro livro de Cuenca que já tem dois livros lançados (Corpo presente 2003, O dia Mastroianni 2007).

As referências para compor uma Tóquio moderna futurista sem perder as tradições são feitas através dos quadrinhos, mangás e seriados japoneses da década de 90. Com 146 páginas, o único final feliz... Tece uma visão caótica, volúvel das relações nas megalópoles. O romance de Shunsuke e Lulana é centrado numa mistura desbalanceada de falta de amor próprio, choque cultural, psicose e perversão que algumas vezes esbarra o grotesco.

Os personagens parecem acuados, seja pela falta de interação social, Lulana a garçonete que não entende nada do que se diz nas ruas, ou pela repulsa a miscigenação cultural como efeito da globalização e como consequência a perda das tradições no longo prazo, caso de Shunsunke funcionário de uma multinacional.

Embora o livro não mantenha o ritmo do inicio, de um modo geral é boa leitura e que ao final nos deixa com a sensação de que já vivemos nesses fragmentos de vida onde tudo é perene e raso como um pires. O que nos falta é uma Lulana e uma Kazumi essa uma geométrica dançarina que atiça libido e os bolsos dos Japoneses e também o amor de Lulana.

Nenhum comentário:

Postar um comentário