terça-feira, 29 de março de 2011

O Exilio e o Reino


Por Pachá
Ultimo livro de ficção de Camus publicado no mesmo ano, 1957, em que ganhou Nobel de literatura, e o único de contos e também o único onde Camus emprega a percepção do mundo pelo os sentimentos de uma mulher. O Exílio e o Reino (L'exil et le royaume) é senão uma síntese dos trabalhos de Camus e embora ele contestasse o rotulo de escritor do absurdo, escrevia e acreditava que a vida seria melhor vivida se esta fosse despida de sentido, e como ele mesmo declarou" E poucos escritores conseguiram extrair o absurdo da condição humana através da observação do homem do sec. XX imerso na fraternidade e dificuldade do oficio de viver.

Os seis contos nas 178 páginas de Exílio e o Reino, Camus se debruça na solidão do exílio do indivíduo preso de alguma forma pela sua liberdade ou falta dela, seja este em um corpo, caso do primeiro conto “A Mulher Adultera” ou mesmo o exílio, abstrato de um artista, concreto “Jonas”. O exílio físico do espaço-tempo em “O Renegado” ou dos que se calam diante da passagem do tempo e o peso da idade como exposto em “Os Mudos”. O Reino e o Exílio  é a árdua, mas feliz constatação de encontrar o seu lugar por mais absurdo que possa parecer, liberando sua consciência  dos grilhões e amarras da vida tediosa, do perseguido destino e de todo o resto de grandes coisas que lutamos para dar sentido a vida, mas que no fundo não diz nada, pois é tudo um grande absurdo, e por mais que tentemos achar respostas e perguntas para compreender a complexa arte de viver, não passamos de estrangeiros de passagem sem nenhuma explicação que nos conforte no fato do mundo ser o que é. O livro é dedicado a sua esposa Francine e comprova de forma irrefutável que Camus também foi um exímio contista, mesclando sua narrativa a medida que explora o espaço geográfico, Europa, Africa e o Brasil de seus personagens e seus dilema existências...

"...Então ele não sabia se estava feliz, ou se tinha vontade de chorar. Pelo menos, ficava em paz naqueles momentos, não tinha nada a fazer senão esperar, tranquilamente, sem saber bem o quê..."

Contos.
A Mulher Adúltera
O Renegado,
Os Mudos,
O Hóspede,
Jonas
A pedra que Cresce

A Queda inicialmente faria parte destes contos, mas Camus aprofundou a ideia e o transformou em livro

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