Por Pachá
Para Alejandro González Iñárritu não há sofrimento suficiente que caiba em uma alma, Uxbal (Jarvier Bardem) personagem central que o diga. Vivendo na informalidade, agenciando trabalho pra chineses e senegaleses ilegais em uma Espanha nada turística, e de quando em vez aliviando a dor daqueles que tiveram entes levados, através de seu dom de se comunicar com os mortos. Sua mulher é bipolar e se prostitui ocasionalmente, as vezes com o irmão de Uxbal, a tornando incapaz de cuidar dos dois filhos ficando os mesmos sob a guarda do pai, Uxbal que tenta dar para eles o que lhe faltou. Pode soar piegas, mas o que faltou para Uxbal não foi somente melhores condições de vida, e sim a presença do pai e de uma estrutura familiar, pois o mesmo morreu antes de conhecer o próprio filho e vice versa. A narrativa de Iñharritu é poderosa como uma fenda em um mar congelado, o movimento de câmera, principalmente os 360 em espaços pequenos, é perturbador, e cada detalhe onde a camera pousa tem tom desolador e trágico, a fotografia é claustrofoborica e nos leva para um floresta negra e sombria, essa foi minha sensação ao assistir a esse sofrido e maravilhoso filme. Bardem está em seu melhor papel, levou o premio de melhor ator em Cannes, Maricel Alverez a atriz argentina que interpreta Marambra faz boa dupla com Bardem e convence com uma mãe maníaca psicótica depressiva bipolar.
Embora não aborde as histórias paralelas, tal qual fez em sua trilogia da perda (Amores Brutos, 21 gramas e Babel), essas estão lá nos personagens secundários, dos chineses e do casal senegalês, mas aqui elas já estão imiscuídas ao infortúnio de Uxbal. A quem acuse o diretor de visão apocaliptica, de seu conforto na tragédia do mundo moderno e até pretensioso, mas ai eu pergunto. Não é isso que faz um diretor ou qualquer artista? nada além do que dar a sua visão de vida, mundo e humanidade através de sua arte? Em minha percepção isso me parece óbvio. Ainda de acordo com minha percepção, um livro ou filme deve nos afetar, comover e se o fizer tal qual a um desastre tanto melhor, pois é esse o sentimento que me assaltou ao final da sessão, um pesado e potente soco na região entre o peito e o abdome, desses que nos tira o fôlego por alguns segundos, que nos faz cuspir espesso e negro sangue. Jonny Deep tentou colocar tal sentimento em seu filme The Brave 1997, embora o resultado seja bom, não alcançou o patamar de sublime, é apenas um tapa que arde e logo passa. O novo filme de Iñarritu é sublime, tragicamente lindo.
Embora não aborde as histórias paralelas, tal qual fez em sua trilogia da perda (Amores Brutos, 21 gramas e Babel), essas estão lá nos personagens secundários, dos chineses e do casal senegalês, mas aqui elas já estão imiscuídas ao infortúnio de Uxbal. A quem acuse o diretor de visão apocaliptica, de seu conforto na tragédia do mundo moderno e até pretensioso, mas ai eu pergunto. Não é isso que faz um diretor ou qualquer artista? nada além do que dar a sua visão de vida, mundo e humanidade através de sua arte? Em minha percepção isso me parece óbvio. Ainda de acordo com minha percepção, um livro ou filme deve nos afetar, comover e se o fizer tal qual a um desastre tanto melhor, pois é esse o sentimento que me assaltou ao final da sessão, um pesado e potente soco na região entre o peito e o abdome, desses que nos tira o fôlego por alguns segundos, que nos faz cuspir espesso e negro sangue. Jonny Deep tentou colocar tal sentimento em seu filme The Brave 1997, embora o resultado seja bom, não alcançou o patamar de sublime, é apenas um tapa que arde e logo passa. O novo filme de Iñarritu é sublime, tragicamente lindo.
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