quarta-feira, 20 de abril de 2011

Rubber


Por Pachá
Rubber lançado em 2010 é um dos filmes que estava em minha lista para o festival do rio de 2010, mas que por razões diversas, não consegui assistir. Escrito e dirigido por Quentin Dupieux rubber é a uma homenagem ao estilo “sem razão alguma” e isso Dupieux não faz questão de esconder, nem tão pouco escamotear em imagens ou diálogos subliminares. Mas por outro lado enganam-se aqueles que acham o filme de Dupieux  uma parodia aos filmes non sense, sim, há o surreal e insólito, mas o filme tem estilo, além do “no reason at all” a começar pela cena inicial, grande plano de um deserto qualquer americano, que mais adiante sabemos que fica perto da Califórnia, aliada a uma fotografia bem trabalhada que foge aos filmes do gênero, mas ainda sim mantém a áurea desses. O dialogo inicial do policial vivido pelo ator Stephen Spinella, dá o tom, ao citar alguns filmes onde as coisas acontecem sem razão alguma. Logo somos apresentados a um pneu sem marca, que acorda no meio do deserto, como uma espécie de vampiro diurno, e começa seu aprendizado e contato com o mundo. Primeiro o plástico onde o pneu descobre poder esmagá-lo, em seguida um ser vivo, um escorpião, que também sente o peso da borracha, uma garrafa de vidro e ai vem a grande descoberta desse pneu, as coisas que ele não pode esmagar, ele pode explodi-las com seu poder scanner. Com esse novo poder o pneu descobre certo prazer em explodir seres vivos e logo ele começa a usá-lo em seres humanos.

Rubber bem poderia ser uma encarnação de Christine, adaptação do livro de Stephen King pelo mestre Wes Craven, visto que rubber também tem o poder de reencarnar em outros objetos inanimados. Dupieux cria uma narrativa de meta filme, onde o protagonista, pneu, faz e sofre a ação, assim como os espectadores que acompanha a jornada desse roliço e radial serial killer. A parte sanguinolenta do filme, como se espera desse gênero, também foi muito bem resolvida por Dupieux que optou por cenas estáticas e consumadas, fugindo dessa maneira do lugar comum, perseguições e vítimas idiotas ou inteligentemente idiotas, nos dando uma visão do futuro de rubber, uma invasão de um grande centro urbano, porém não sozinho, pois o pneu consegue despertar outros pneus com um novo poder e assim forma seu exército de pneus zumbis scanner.

Não será surpresa esse filme se tornar um Cult dos filmes non sense. No festival de Cannes de 2010 foi sensação na semana de criticas arrancando senão, aplausos, ao menos olhares e comentários curiosos do festival.


Stephen Spinella,
Roxane Mesquida,
Jack Plotnic







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