domingo, 1 de maio de 2011

Eu sei que vou te amar 2007

Por Pachá
Eu sei que vou te amar, livro 2007 que veio do filme 1986 de mesmo nome e mesmo autor, Arnaldo Jabor, tem dialogo destrutivo ao mesmo tempo em que renovador para um casal que após 6 anos de casamento se separa, e três meses após separação voltam a se encontrar numa tentativa de exorcizar esse amor contido em pensamentos e frases que não conseguem materializar suas reais intenções. A narrativa de Jabor é doentia como um sonho febril, onde a liberdade do casal é algo que não lhes pertencem, e esta está a mercê da vontade da pele, do gesto, da falta e até mesmo dos defeitos que esse casal experimentou em seis anos de convivência e sem perceber desenvolveram uma simbiose.

A passagem do tempo é algo bem trabalhado no livro de Jabor, que desnorteia os personagens criando um espaço atemporal, onírico. No apartamento do ex-marido, do momento em que ela, mulher antecipada e  confusa quanto a sua nova condição, passa pela porta adentro, o tempo pára, e em suspenso ficam os pensamentos escondidos por frases que ferem, e que desencadeiam novos e mudos pensamentos que alimenta o relógio coxo, catatônico desse casal que tem por testemunha apenas as paredes de um apartamento que ora, morre ora se enche de vida.


Para quem tem o Jabor como um pretensioso, e até mesmo chato que aponta seu humor recheado de  dissabor para todos os lados, esse livro que chega quase 20 anos após filme, certamente vai mudar opinião a respeito desse, cronista, cineasta e dramaturgo.

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