segunda-feira, 2 de maio de 2011

Silent Trigger



Por Pachá

Se há algum filme que mereça ser visto com Dolph Lundgren este filme é Silent Trigger (O Atirador) de 1996. O filme possui uma atmosfera apreensiva, de intriga, mistério como poucos filmes do gênero, assassino a preço fixo..

A trama é bem arquitetada, e mesmo utilizando os já manjados artifícios do mundo dos assassinos profissionais o diretor Russell Mulcahy, que tem no currículo o clássico Highlander de 1986 e o interessante Give`em Hell, Mallone de 2009 garante um bom filme.

Lundgren é um sniper a serviço da misteriosa The Agency que durante um serviço com a também assassina profissional interpretada por Gina Bellman, descobre, para variar, que esta tem a missão de matá-lo assim que realizarem o serviço.


O pilar do filme consiste na dualidade dos conflitos entre os dois assassinos, O atirador não demonstra qualquer conflito existencial pela sua profissão e embora fuja do estereótipo dos personagens do gênero, no entanto carrega certa infelicidade, solidão que aos poucos é destilada em conversas com a colega. Escondidos dentro de um campanário esperando o momento para agir, eles vão se conhecendo ainda que de forma superficial. O atirador sabe que há algo errado, porém apenas espera os próximos passos de sua companheira, “spot”. Ela por sua vez, já percebeu que ele suspeita de algo. O serviço dá errado e logo aparece uma nova equipe para “limpar” a bagunça e durante a investida dessa nova equipe o atirador salva a vida da assassina. Na fuga dos local do trabalho, que não é especificado no filme, eles se aproximam ainda mais. É nessa parte, não dura muito, do filme que reside alguns clichês o que dá ao filme o ar típico de filmes estrelados por Lundgren, mas também rende uma boa cena, na qual Lundgren realiza um tiro certeiro em um soldado fujão.


A fotografia e locações sob a batuta de Russel tornam as cenas muito atraente com convincente apelo dramático. O filme então dá um salto cronológico e novamente, sem muita explicação, os dois assassinos são escalados para nova missão. Desta vez o campo de tocai será um moderno prédio em construção. Os dois assassinos deverão realizar um serviço com alvo a 2000 m de distancia e em movimento. Para isso usarão uma arma especial, cujo manuseio é a especialidade do nosso atirador e a assassina será novamente seu “spot”. Só que o prédio está sob a vigilância de dois seguranças pra lá de suspeitos. Mais uma vez o clima criado dentro do prédio, que mais lembra uma nave especial, repare na iluminação e na grande janela em forma de arco, é de apreensivo mistério sem muita previsibilidade. É um bom filme, não só para quem gosta do gênero assassino profissional, mas também que curte filme de ação.

O filme é subestimado, e vale todo e qualquer esforço para assistí-lo, como exemplo de filme minimalista, com diálogos enxutos, e um roteiro sem os apelos existenciais de filmes de atiradores.

Lundgren, se sai bem no papel de sniper assassino. Gina Bellman está correta e bem entrosada com o personagem e faz boa dupla com Lundgren. 

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