Jeanne Dielman é uma dona de casa belga, viúva, com um filho adolescente. Jeanne tem vida monótona, onde sua existência é pautada pelo metódico planejamento e manutenção do lar. Nada fora do comum dentro do universo doméstico se dentro de suas atividades não estivesse incluído a prostituição domiciliar. Isso mesmo, Jeanne atende em casa seus clientes.
Dirigido e escrito por Chantal Akerman, na década 70 esse filme é exemplo do absurdo da vida. Chantal faz da prostituição de Jeanne mais uma atividade que lhe dá a passagem do tempo ao passo que mantém sua sanidade. O olhar estático de Chantal é minucioso em captar todos os detalhes dos afazeres do lar de Jeanne. E nas mais de 3h de filme por vezes nos sentimos entediados juntamente com Jeanne.
Os dias de Jeanne são divididos entre os dias em que tudo dar certo, sincronicamente falando e os dias em que tudo foge ao seu controle, e ai ela fica a mercê da loucura. E nessa metáfora está contido o paradigma de Chantal, quais são os lastros que nos prende a realidade?
Imersa na fragilidade de sua existência qualquer coisa pode causar a ruína de Jeanne. A preparação do prato para o jantar que não deu certo, as batatas que cozinharam de mais ou acabaram e ela se esqueceu de comprar, o café que não abriu no horário que ela costuma freqüentar ou mesmo o cliente que não veio.
Não há julgamento por parte dos vizinhos ou mesmo de seu filho. Confesso que fiquei com essa dúvida, pois todos os demais personagens parecem não se importar com o fato da dona de casa se prostituir, ou se eles conhecem essa atividade de Jeanne. Duas cenas criam esse dilema para o espectador. A cena em que mãe e filho falam, ainda que rapidamente, sobre sexo. E a cena de conversa de porta com uma vizinha sobre a preparação do prato do dia. Em minha percepção uma característica do universo existencialista, onde o que se vai comer no jantar é mais relevante do que como essa dona de casa obtém sustento para ela e o filho e, portanto um absurdo do mundo contemporâneo.
Filme intrigante e ótima reflexão sobre a banalização do sexo e as angustias pós-modernista. Um filme do olhar com poucos diálogos, justamente para que o espectador não seja induzido a qualquer opinião a partir das reflexões do diretor, que deixa as imagens como relato superficial de algo profundamente desconcertante.
Dirigido e escrito por Chantal Akerman, na década 70 esse filme é exemplo do absurdo da vida. Chantal faz da prostituição de Jeanne mais uma atividade que lhe dá a passagem do tempo ao passo que mantém sua sanidade. O olhar estático de Chantal é minucioso em captar todos os detalhes dos afazeres do lar de Jeanne. E nas mais de 3h de filme por vezes nos sentimos entediados juntamente com Jeanne.
Os dias de Jeanne são divididos entre os dias em que tudo dar certo, sincronicamente falando e os dias em que tudo foge ao seu controle, e ai ela fica a mercê da loucura. E nessa metáfora está contido o paradigma de Chantal, quais são os lastros que nos prende a realidade?
Imersa na fragilidade de sua existência qualquer coisa pode causar a ruína de Jeanne. A preparação do prato para o jantar que não deu certo, as batatas que cozinharam de mais ou acabaram e ela se esqueceu de comprar, o café que não abriu no horário que ela costuma freqüentar ou mesmo o cliente que não veio.
Não há julgamento por parte dos vizinhos ou mesmo de seu filho. Confesso que fiquei com essa dúvida, pois todos os demais personagens parecem não se importar com o fato da dona de casa se prostituir, ou se eles conhecem essa atividade de Jeanne. Duas cenas criam esse dilema para o espectador. A cena em que mãe e filho falam, ainda que rapidamente, sobre sexo. E a cena de conversa de porta com uma vizinha sobre a preparação do prato do dia. Em minha percepção uma característica do universo existencialista, onde o que se vai comer no jantar é mais relevante do que como essa dona de casa obtém sustento para ela e o filho e, portanto um absurdo do mundo contemporâneo.
Filme intrigante e ótima reflexão sobre a banalização do sexo e as angustias pós-modernista. Um filme do olhar com poucos diálogos, justamente para que o espectador não seja induzido a qualquer opinião a partir das reflexões do diretor, que deixa as imagens como relato superficial de algo profundamente desconcertante.
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