Por Pachá
Jonh Fante foi o escritor favorito de Bukowski, que inclusive faz o prefácio do livro. O estilo de Fante é simples, porém poético, caustico diante da falta de perspectiva pós guerra emendado pela recessão do crash da bolsa em 1929. Não há em sua narrativa descrições enfadonhas do cotidiano. Escrito em 1939 e portanto ambientado na década de 30 do sec. XX, Pergunte ao Pó é um relato de Arturo Bandini, alter ego de Fante, nas ruas de Flight Angel tentando entender a vida e a força que nos move. decidido a viver da escrita, leva na mala surrada de imigrante o conto O cachorrinho riu. em Buker Hill decide escrever um romance, falar sobre o amor e a vida, descobre que não tem experiência em nenhum dois dois. Se apaixona por imigrante mexicana, que é apaixonado por outro homem, pronto tai a vida e a paixão. Dentro dessas linhas Fante cria história de profunda verossimilhança, vibrante.
Não é exagero o velho Buk dizer que após quase quarenta anos do livro escrito as linhas ainda se mantém atual. Veja suas palavras no prefácio...
“...Então, um dia, puxei um livro e o abri, e lá estava. Fiquei parado de pé por um momento, lendo. Como um homem que encontrara ouro no lixão da cidade, levei o livro para uma mesa. As linhas rolavam facilmente através da página, havia um fluxo. Cada linha tinha sua própria energia e era seguida por outra como ela. A própria substância de cada linha dava uma forma à página, uma sensação de algo entalhado ali. E aqui, finalmente, estava um homem que não tinha medo da emoção. O humor e a dor entrelaçados a uma soberba simplicidade. O começo daquele livro foi um milagre arrebatador e enorme para mim...”
O alter ego de Bukowski, Chinaski não esconde que Fante é seu principal escritor, basta ler Cartas na Rua, Pedaços de Um Caderno Manchado de Vinho e Mulheres.
A Tradução da segunda edição da editora brasiliense é de Paulo Leminski que traduziu o livro sem nunca ter lido, ou seja, traduziu a medida que foi lendo. Ler Fante é tragar a vida de um maldito que enxergou a vida e a escreveu com estilo e poesia. Morreu em 1983.
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