sábado, 9 de julho de 2011

Singularidade de uma Rapariga Loura 2009


Por Pachá
Manoel Oliveira é figurinha das mais respeitadas de cinema português e europeu. Singularidade de uma Rapariga loura é o primeiro filme que vejo dele. Não me apetece cinema, onde imagens querem dizer mais do que o que realmente são. O filme de Manoel é uma adaptação do conto de Erça de Queiroz, publicado em 1902. Nos dez primeiros minutos de filme tive incomoda impressão, a atmosfera e sua verossimilhança interna é indigesto. Conheço o conto de Erça de Queiroz no qual tece visão sobre o desvio moral da cleptomania, com fundo misterioso romântico.

No filme de Manoel esses furtos nunca são mostrados, assim como no conto. Há qualquer coisa entre época e comportamento que me intrigou, o comportamento casto, austero do iniciou do séc. XX está presente em final do mesmo séc. O filme nos posiciona em final dos anos 90 ou 00, há cena que aparece um computador, mas o comportamento e relações, pessoais, amorosas nos remete ao inicio do séc. XX. Talvez seja isso que os cinéfilos aprofundados em psicanálise chamem de isolar signos na sua vontade de significar por meio dos tempos internos.

O protagnista Macário (Ricardo Trêpa) é um guarda livros (essa atividade ainda existe em Portugal) que se apixona a primeira vista de uma rapariga loura, Luisa (Catarina Wallenstein) que avista da varanda de sua estação de trabalho. Assim como no conto essa paixão é narrada pelo protagonista a um estranho.

Os filmes de Manoel são bem aceito pela critica europeia. Em minha percepção o filme só não evita longos bocejos, porque é curto, 64 min, e quando pensamos em jogar toalha ele termina. Mas certamente é um deleite para ala apreciadora do cinema psicanalitico, de Lacan, Espinoza e outros filósofos setecentistas.

A revista Cahiers du cinema apontou o filme como um dos melhores de 2009. Vou procurar ver outros filmes do gajo pra ver se adoto outra opinião em relação ao cinema de Manoel.



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