sábado, 27 de agosto de 2011

Árvore da Vida


Por Pachá
Terence Malick faz uso da filosofia no sentido desta ser uma grande força de interrogação e reflexão sobre as inquietudes da vida e principalmente da condição humana. Seu mais recente filme Arvore da Vida tem essa preocupação do primeiro até o ultimo minuto, embora sua compreensão não seja tão palatável, o filme é difícil e levando em consideração a presença do galã Brad Pitt astro de muito blockbusters, nos levando a crer que se trata de mais um filme arrasa quarteirões. O que se vê na tela mexe com nossa visão da vida e das relações familiares.  Malick que é doutor em filosofia aborda de uma única vez questões religiosas, existências e nosso posicionamento diante das constantes mudanças e transformações de nossa vida e da pulsão de morte.

Tecnicamente o filme é bem resolvido, fotografia, trilha sonora tudo parece em perfeita sincronia e harmonia, embora o desenrolar cronológico do roteiro parece não agradar a maioria, ao final da sessão não é difícil perceber o desapontamento. As interpretações adultas não me disseram muita coisa, ao contrário das infantis que realmente encantam, pela naturalidade e grande carga emotiva.

É fácil associar as imagens de Malick ao cinema experimental de Kenneth Anger, pelo menos com Lucifer Rasing. Até porque os dois são outsiders da indústria cinematográfica americana, ambos têm uma visão de vida e mundo um tanto obscura, tanto por Malick avesso a entrevistas, fotografia, enfim um recluso o que torna ainda mais difícil saber o que ele quis passar em determinados trechos de seu filme.

Se me perguntarem se entendi o filme, com toda convicção direi que não, mas não me impede de dizer que gostei, pois, sim eu gostei do filme justamente pela grande incógnita de suas imagens, sim por achar que as imagens de Malick dizem alguma coisa, e não um pretenso voyeurismo que acomete determinados diretores. O que eu quero dizer é que Árvore da Vida é desses filmes que merecem ser vistos de tempos em tempos.

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