quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A Pele Que Habito



Por Pachá
Almodóvar contemporiza Frankenstein em seu novo filme A pele que Habito. E que Frankenstein literalmente na pele da atriz Elena Anaya. Almodóvar parte de uma premissa simples, mas histórica e extremamente humana; a vingança, ou pelo menos essa é a primeira percepção, com atmosfera terror sci-fi, centrado no desconforto em detrimento do medo.

Há certa preocupação do corpo nos últimos filmes de Almodóvar, Fale com ela, um corpo inerte em coma que é despertado após abuso sexual, Abraços partidos onde há mutilação do corpo. Em A pele que habito Almodóvar transforma o corpo em uma prisão quando Robert Ledgard (Antonio Bandeiras) cirurgião plástico de renome começa experimentos para testar a pele ideal. Em minha percepção há certa dose, intencional, de dubiedade nas idéias, pois é fácil se questionar qual a verdadeira intenção do personagem central, Robert Ledgard vingança, prestigio profissional, patologia beirando a psicopatia ou simplesmente a vontade, ainda sim patológica, de criar a mulher ideal? Seja qual for, há algumas reflexões, todas no campo da psicanálise principalmente.

Baseado no livro Mygale de Thierry Jonquet de 1984, Tarantula,  e roteirizado pelo próprio Almodóvar que emprega sua visão de androginia para criar sua narrativa de perda, transformação e adaptação. A trama com cores fortes que normalmente é uma das características de Almodóvar, não está presente na fotografia de Jose Lui Alcaine  e sim tons com aspectos mais futuristas, mas que ainda sim carrega a assinatura de Almodóvar.

Diretor: Pedro Almodóvar
Elenco: Antonio Banderas, Elena Anaya, Marisa Paredes, Jan Cornet, Roberto Álamo, Blanca Suárez, Eduard Fernández, José Luis Gómez, Bárbara Lennie, Susi Sánchez
Produção: Agustín Almodóvar, Pedro Almodóvar
Roteiro: Pedro Almodóvar, baseado no livro de Thierry Jonquet
Fotografia: José Luis Alcaine
Trilha Sonora: Alberto Iglesias



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